Cocaína: acesso fácil ao Atlântico facilita transporte cocaína até a África Ocidental (EXAME)
Da Redação
Publicado em 4 de março de 2014 às 11h06.
Viena - O Brasil é o ponto de partida de cargas de cocaína para Europa, via África, e a outros mercados, conforme um relatório da ONU divulgado nesta terça-feira, que alerta sobre o aumento do consumo interno dessa substância.
'O Brasil, com suas vastas fronteiras terrestres com os três principais países produtores de coca e seu extenso litoral, além de ser o país de destino de grandes quantidades de cocaína, oferece acesso fácil ao Atlântico para transportar cocaína até a África Ocidental e, dali, à Europa', afirma o relatório anual da Junta Internacional de Fiscalização de Entorpecentes (Jife).
Como exemplo da globalização do mercado da cocaína e de até aonde chegam as cargas que partem do Brasil, a Jife explica que em anos passados no Iêmen se expropriaram 115 quilos de cocaína em um contêiner de lixo e no Líbano foram confiscados 13 quilos da droga em um avião que vinha do Brasil.
Os analistas ressaltam também que a taxa de prevalência do consumo de cocaína entre adultos em 2011 era de 1,75%, mais de quatro vezes superior à média mundial, de 0,4%, e que foi aumentando nos últimos anos.
Já sobre as drogas sintéticas, a Jife destaca que nos últimos anos aumentaram as apreensões de substâncias como ecstasy e anfetaminas, o que pode ser um indício do aumento do consumo.
'Segundo o governo do Brasil, no país não são fabricadas drogas sintéticas. Estas são introduzidas ilicitamente no Brasil a partir da Europa, em algumas ocasiões em troca de cocaína', afirma o relatório.
Em 2011, o Brasil informou uma das maiores apreensões de ecstasy dos últimos 20 anos, com 70 quilos, quando em anos anteriores os volumes eram inferiores a um quilo, segundo a Jife. Em 2012, a polícia expropriou 339 mil comprimidos de ecstasy, 10 mil unidades de anfetaminas e 65 mil alucinógenos, especialmente LSD, especifica o documento.
Já a maconha, a Junta destaca que em 2012, 'a apreensão de erva diminuiu consideravelmente, de 174 toneladas em 2011 para somente 11,2 toneladas'. O relatório lembra que maconha é a droga mais popular na América do Sul, com 14,9 milhões de consumidores, e alerta da 'baixa percepção do risco' que os jovens têm sobre o uso.
No caso do Brasil, a Jife não oferece dados específicos, mas destaca que 'a prevalência do uso indevido da maconha aumentou visivelmente na região nos últimos anos, especialmente no Brasil'. EFE