Durante visita ao estaleiro responsável pela construção de cinco submarinos, Wagner afirmou que os ajustes são necessários (Agência Brasil/ Valter Campanato)
Da Redação
Publicado em 24 de fevereiro de 2015 às 16h29.
Mesmo com um corte orçamentário de quase R$ 2 bilhões em sua pasta, o ministro da Defesa, Jaques Wagner, disse hoje (24) que defende os ajustes fiscais propostos pelo governo federal.
Em Itaguaí, no Grande Rio, durante visita ao estaleiro responsável pela construção de cinco submarinos, Wagner afirmou que os ajustes são necessários.
“Eles são como um pit stop em uma corrida de fórmula 1. Estamos há 12 anos fazendo um programa de inclusão social gigantesco, de crescimento da economia e da base industrial, mas, se passar do ponto, desarruma tudo e pode perder muito coisa. Agora, é como se fosse um pit stop para tomar um oxigênio e voltar. Não haverá mudança de trajetória. Nossa trajetória é desenvolvimento econômico com inclusão social”, acrescentou o ministro.
Segundo ele, “não há hipótese” de redução ou interrupção dos investimentos em áreas estratégicas da defesa, como o submarino nuclear, a cibernética e a área aeroespacial. Wagner informou que, mesmo com os ajustes fiscais, está em estudo reajustes para os militares.
O ministro explicou, ainda, que o governo está empenhado em debater com o Congresso Nacional as medidas de ajuste fiscal. Ele reconheceu que pode haver concessões por parte do governo.
“O que sairá do Congresso é exatamente o que entrou? Provavelmente não. Não tem nada na democracia que saia de um debate como entrou”, ressaltou.
Segundo Wagner, medidas como a mudança nas regras do seguro-desemprego não significam redução de direitos para os trabalhadores.“As medidas não são para retirar direitos, mas para otimizar sistemas de proteção dos trabalhadores. O seguro-desemprego foi concebido em uma época com taxa de desemprego elevada".
"Estamos com outra realidade, com alta taxa da rotatividade da mão de obra. Repensar um instrumento de proteção do trabalhador com outro momento da economia brasileira não é tirar direito. É adequar o direito para uma nova realidade”, acrescentou.
Durante a visita, o ministro também comentou a ameaça da Indonésia de rever a compra de caças Super Tucano do Brasil, por causa de problemas diplomáticos entre os dois países.
Ele acredita que o “momento de trauma” entre os dois países será superado e que isso não afetará a compra dos aviões brasileiros.
Questionado sobre uma possível revisão da Lei de Anistia, o ministro disse que a decisão cabe ao Supremo Tribunal Federal e que seu “olhar é para frente e não para trás”.