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Jantar organizado por Tarcísio deve selar indicação de ex-coronel da PM a vice de Nunes

Encontro nesta quarta deve reunir lideranças dos partidos que apoiam o prefeito para discutir nome de Ricardo de Mello Araújo como vice

Agência o Globo
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Publicado em 19 de junho de 2024 às 12h02.

O prefeito Ricardo Nunes (MDB) se encaminha para anunciar o nome de Ricardo de Mello Araújo (PL) como seu vice na disputa à reeleição à Prefeitura de São Paulo, acatando enfim a indicação feita pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Nesta quarta-feira, 19, dia de seu aniversário, Tarcísio organiza no Palácio dos Bandeirantes um jantar com as lideranças dos partidos que apoiam Nunes, no qual a escolha do vice será oficializada. Para além do PL, que abriga Mello Araújo, e o MDB do prefeito, o Republicanos, o PP e o PSD também já indicaram que apoiam o nome.

O nome do coronel aposentado da Polícia Militar foi sugerido em janeiro, mas o prefeito vinha adiando a escolha tentando conciliar os seus interesses com os dos aliados bolsonaristas e de outros partidos de sua base, que aventaram outros nomes. Mas não deu para fugir: a pressão de Bolsonaro deve prevalecer, e o coronel ganhou nas últimas semanas o apoio também do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos).

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O União Brasil ainda não embarcou na ideia, e o presidente da Câmara, Milton Leite (União), tem reforçado outras sugestões para a posição — apesar de afirmar que estará ao lado de Nunes em qualquer cenário. Outros partidos que fazem parte da base e devem estar representados no jantar são Podemos, Solidariedade, Avante e PRD.

O prefeito vinha resistindo à indicação de Araújo por vários motivos. Um deles é que ele tem reforçado a “frente ampla” que montou, agregando tanto partidos da direita quanto de centro, e há receio de que um vice aliado de primeira hora de Bolsonaro possa afetar seu desempenho no segundo grupo. O fato de que São Paulo não é uma cidade bolsonarista é um ponto de atenção, pois a maioria dos paulistanos votou em Lula (53,54%) e em Fernando Haddad (54,41%) em 2022 e pesquisa Datafolha de maio mostrou que Bolsonaro é um padrinho rejeitado por 61% dos eleitores, contra 45% de Lula.

Outro ponto é que Nunes não tem relação próxima com Araújo, e os dois haviam se encontrado poucas vezes até recentemente. Os encontros ocorreram quando Araújo era presidente da Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp), entre 2020 e 2022. A pré-campanha do emedebista também avalia que a chegada de um ex-comandante da Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar (Rota) da PM pode trazer à baila com mais força o tema da segurança pública, que é uma seara que o prefeito quer evitar em seus discursos porque a competência principal para resolver o problema é do governo estadual.

Marçal e Tarcísio

Em 24 de maio, o PRTB anunciou que o ex-coach Pablo Marçal (PRTB) é pré-candidato à prefeitura de São Paulo. No dia 29, pesquisa Datafolha mostrou que Marçal tem 7% das intenções de votos, o que acendeu um sinal de alerta nos adversários indicando que a novidade pode bagunçar o cenário eleitoral a quatro meses da eleição.

A possibilidade de Marçal de atrair parte do eleitorado bolsonarista virou argumento para o PL de Bolsonaro reforçar a indicação de Araújo. O ex-coach chegou a se reunir com Bolsonaro e postar uma foto ao lado dele em suas redes sociais. Apesar do ex-presidente garantir que seu apoio é de Nunes, aumentou a pressão para que o emedebista deixasse cada mais claro seu alinhamento — e aceitar Mello Araújo em sua chapa seria esse sinal explícito de que prefeito e ex-presidente estão juntos nessa eleição.

A chegada de Marçal na disputa também fez Tarcísio passar a defender o ex-presidente do Ceagesp, o que até então ele não tinha feito. Na semana passada, o governador disse que estava “fechado com Bolsonaro” e afirmou que, “pela mudança de cenário”, era importante definir o vice “o mais rápido possível”. Essa fala foi mais um peso importante para o emedebista.

Na última sexta, 14, Nunes recebeu o ex-presidente, o governador e Mello Araújo na Prefeitura, onde os quatro almoçaram e se encaminharam para o acerto. Na ocasião, o prefeito afirmou que o ex-PM tem "muita força" para a posição de vice, devido a seus padrinhos políticos. Desde então, Nunes e Tarcísio tem conversado com outros partidos aliados para buscar conciliação em torno da escolha.

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