Brasil

Janot volta a criticar Aécio: "ele ludibriou os cidadãos"

Ao requisitar novas diligências contra o tucano, o procurador disse que o político enganou sobretudo os que confiaram 51 mi de votos nas eleições de 2014

Aécio: a Procuradoria quer um inquérito específico para investigar Aécio por suposto crime de lavagem de dinheiro (Ueslei Marcelino/Reuters)

Aécio: a Procuradoria quer um inquérito específico para investigar Aécio por suposto crime de lavagem de dinheiro (Ueslei Marcelino/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 5 de junho de 2017 às 06h37.

Brasília - O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, disse que o senador Aécio Neves (PSDB-MG) "ludibriou os cidadãos brasileiros".

"Sobretudo seus eleitores, que o escolheram para o Senado e o confiaram mais de 51 milhões de votos nas eleições presidenciais (2014)", afirmou o procurador, ao requisitar novas diligências contra o tucano.

Essas novas investigações foram requeridas na cota da denúncia - expediente por meio do qual, paralelamente ao oferecimento de acusação formal, a Procuradoria pede outras providências.

Entre as novas medidas, a Procuradoria quer um inquérito específico para investigar Aécio por suposto crime de lavagem de dinheiro.

Aécio foi denunciado pelos crimes de corrupção passiva e obstrução da Justiça. A Operação Patmos, desencadeada no dia 18 de maio, pegou o senador, segundo a Procuradoria, extorquindo.R$ 2 milhões do empresário Joesley Batista, acionista da JBS.

Além de Aécio, a Procuradoria acusa sua irmã, Andréa Neves, um primo dele, Frederico Pacheco, o Fred, e um ex-assessor do senador Zezé Perrella (PMDB-MG).

"Os fatos perpetrados pelos denunciados, devidamente descritos na peça acusatória, possuem significância que transportam os limites da tolerabilidade, causando frustração à comunidade", aponta Janot.

"Os crimes praticados na sorrelfa, valendo-se do mandato eletivo, possuem alto grau de reprovabilidade, causam comoção social, descrédito, além de serem capazes de produzir intranquilidade social e descrença da população, vítima mediata da prática criminosa de tal espécie."

Sobre Aécio, o procurador é taxativo. "Tinha grande projeção política. Foi presidenciável e, até os fatos serem desvelados, presidente do PSDB. Ludibriou os cidadãos brasileiros e, sobretudo, seus eleitores, que o escolheram para o Senado e o confiaram mais de 51 milhões de votos nas eleições presidenciais. Não há dúvida, portanto, que o delito perpetrado causou abalo moral à coletividade, interesse este que não pode ficar sem reparação."

Defesa

Nota da defesa do senador Aécio Neves:

"A Defesa do Senador Aécio Neves recebe com surpresa a notícia de que, na data de hoje, foi oferecida denúncia contra ele em relação aos fatos envolvendo o Sr. Joesley Batista. Diversas diligências de fundamental importância não foram realizadas, como a oitiva do Senador e a perícia nas gravações. Assim, a Defesa lamenta o açodamento no oferecimento da denúncia e aguarda ter acesso ao seu teor para que possa demonstrar a correção da conduta do Senador Aécio Neves.

Alberto Zacharias Toron"

Acompanhe tudo sobre:aecio-nevesCrise políticaRodrigo Janot

Mais de Brasil

Apesar da alta, indústria vê sinal amarelo com cenário de juros elevado, diz economista do Iedi

STF rejeita recurso e mantém pena de Collor após condenação na Lava-Jato

O que abre e o que fecha em SP no feriado de 15 de novembro

Zema propõe privatizações da Cemig e Copasa e deve enfrentar resistência