Palocci: o ex-ministro confirmou o esquema de fatiamento político da Petrobras entre PT, PMDB e PP (Wikimedia Commons/Wikimedia Commons)
Estadão Conteúdo
Publicado em 14 de setembro de 2017 às 19h40.
Brasília e Curitiba - O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, quer que o ex-ministro Antonio Palocci seja testemunha de acusação no processo contra o "quadrilhão" do "PMDB da Câmara", que incluiu o presidente Michel Temer, acusado de organização criminosa e tentativa de obstrução à Justiça.
A denúncia é a flechada derradeira de Janot, que deixa o cargo no dia 17, nas investigações do "quadrilhão" formado por membros do PT, do PMDB e do PP, acusados de corrupção pela Operação Lava Jato.
A acusação imputa ao grupo, encabeçado por Temer e que inclui dois ministros, Eliseu Padilha e Moreira Franco, além do ex-ministro Geddel Vieira Lima, o homem das malas de R$ 51 milhões, e os ex-deputados Eduardo Cunha e Rodrigo Rocha Loures, o acerto de R$ 587 milhões em propinas.
Janot colocou no rol de testemunhas da PGR 44 nomes, sendo que 40 deles são delatores - a denúncia considera 36 como colaboradores no caso - e outros candidatos a delator, como Palocci e José Aldemário Pinheiro, o Léo Pinheiro, ex-presidente da OAS.
Na lista dos não colaboradores está o amigo de Temer Jose Yunes.
Palocci confirmou a existência do esquema de fatiamento político da Petrobras entre PT, PMDB e PP e apontou Lula como maior beneficiário.
São quatro denúncias do quadrilhão da Lava Jato: uma contra políticos do PP, uma contra os do PT, que inclui Lula e a ex-presidente Dilma Rousseff, uma contra o PMDB do Senado e essa contra o PMDB da Câmara.
Só na Petrobras, o grupo liderado por Temer é acusado de receber R$ 350 milhões em propinas.
Com a inclusão das descobertas da corrupção ligadas à JBS e de outras, como no Ministério da Integração Nacional, a denúncia alcança o valor de R$ 857 milhões.