Janaína Paschoal: deputada afirmou que se arrependeu de votar em Jair Bolsonaro e pediu que o presidente deixe o cargo (Marcelo Camargo/Agência Brasil)
Estadão Conteúdo
Publicado em 16 de março de 2020 às 17h38.
A deputada estadual de São Paulo Janaína Paschoal (PSL), que já chegou a ser cotada para ser vice do presidente Jair Bolsonaro nas eleições de 2018, disse nesta segunda-feira, dia 16, ter se arrependido de votar nele. A declaração foi feita durante sessão plenária da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp).
Na visão da parlamentar, Bolsonaro deveria deixar o cargo pois a situação é tão urgente que sequer há tempo para um processo de impeachment. Foi o pedido de impedimento que Janaína assinou ao lado dos juristas Miguel Reale Júnior e Hélio Bicudo - este morto em 2018 - que levou à queda da então presidente Dilma Rousseff em 2016.
"O que ele fez ontem é inadmissível, é injustificável, é indefensável!", discursou Janaína. "Crime contra a saúde pública. Desrespeitou a ordem do seu ministro da Saúde", completou. "Esse senhor tem que sair da Presidência da República. Deixa o Mourão!", defendeu, em referência ao vice-presidente general Hamilton Mourão.
"Como um homem que está possivelmente infectado para no meio da multidão?", indagou a deputada. "Eu me arrependi do meu voto. As autoridades têm que se unir e pedir para ele se afastar, não temos tempo para um processo de impeachment", afirmou.
No domingo, 15, Bolsonaro que - havia sido orientado a ficar em isolamento até refazer testes para o coronavírus - participou de uma manifestação de seus apoiadores contra o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal (STF) em Brasília, em plena pandemia global.
Nesta segunda, Reale Júnior defendeu que o Ministério Público peça que o presidente Jair Bolsonaro seja submetido a uma junta médica para saber se ele teria sanidade mental para o exercício do cargo.
Janaina já havia batido de frente com o governador João Doria em função do surto de coronavírus, na quinta-feira passada, enquanto o governador ainda tinha mantido a permissão para eventos públicos. Na sexta, o governo suspendeu eventos com mais de 500 pessoas.