04: filho de Bolsonaro foi o vereador mais votado na cidade (Evaristo Sá/AFP/Getty Images)
Agência de notícias
Publicado em 6 de outubro de 2024 às 20h12.
Última atualização em 14 de outubro de 2024 às 09h42.
Jair Renan Bolsonaro (PL), filho mais novo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), liderou a corrida para vereador em Balneário Camboriú, em Santa Catarina, e obteve 3.033 votos. Com 100% das urnas fechadas, ele foi o vereador mais votado na cidade. Desde meados de 2023, ele vinha participando de agendas pelo estado, com lideranças locais — como prefeitos de cidades vizinhas, vereadores e os deputados Zé Trovão, Júlia Zanatta e Caroline de Toni — para se cacifar ao cargo. Nas urnas, ele usou o nome "Jair Bolsonaro", em uma associação direta ao pai.
Em julho deste ano, o filho "04" deixou a vaga em que trabalhava no gabinete do senador Jorge Seif (PL-SC), com um salário de R$ 9.5 mil, para se candidatar. Aos 26 anos e sem nunca ter disputado um cargo eletivo, Jair Renan declarou um patrimônio de pouco mais de R$ 42 mil. Em agosto, a Justiça do Distrito Federal determinou a apreensão do agora vereador eleito por uma dívida de R$ 360 mil.
Sem conseguir intimar o filho do ex-presidente Jair Bolsonaro, a pagar o débito, um banco pediu à Justiça que fosse realizada uma pesquisa de ativos financeiros em nome dele a fim de que se efetivasse o arresto de seus bens — termo jurídico que significa a apreensão de carros ou imóveis, por exemplo, para garantir que o valor seja pago.
Renan também é réu em outra ação, pelos crimes de lavagem de dinheiro, falsidade ideológica e uso de documento falso, sob suspeita de utilizar uma declaração de faturamento com informações falsas de sua empresa para obter esse empréstimo que não foi pago.
Segundo o inquérito da Polícia Civil, o alvo da suspeita era uma declaração de faturamento de R$ 4,6 milhões da Bolsonaro Jr. Eventos e Mídia. Com esses números falsos, Jair Renan e o sócio Maciel Alves buscavam lastro para um empréstimo bancário.
Em nota, a defesa de Jair Renan informa que o filho do ex-presidente "foi vítima de um golpe montado por pessoa, que apenas depois se soube ser conhecida pela polícia e pela Justiça". Ainda segundo os defensores, "tudo ficará esclarecido no curso do processo". Até então, o oficial de justiça vinha tentando localizar o “Zero Quatro” no estádio Mané Garrincha, onde funcionava a sede da Bolsonaro Jr. Eventos e Mídia. A empresa tinha como principal ramo de atuação fornecer “serviços de organização de feiras, congressos, exposições e festas”.