J. Hawilla: em 12 de dezembro de 2014, ele assumiu as acusações de extorsão, conspiração por fraude eletrônica, lavagem de dinheiro e obstrução da justiça (Arquivo/EXAME)
Da Redação
Publicado em 27 de maio de 2015 às 12h27.
Genebra - Envolvido no escândalo que culminou na prisão de dirigentes da Fifa nesta quarta-feira, J. Hawilla, dono da empresa de marketing esportivo Traffic, já havia prestado contas com a Justiça dos Estados Unidos.
Em 12 de dezembro de 2014, ele assumiu as acusações de extorsão, conspiração por fraude eletrônica, lavagem de dinheiro e obstrução da justiça e concordou em restituir US$ 151 milhões (R$ 476 milhões na cotação atual), tendo pago US$ 25 milhões (aproximadamente R$ 79 milhões) no momento do acordo.
"Em 12 de dezembro de 2014, o acusado José Hawilla, proprietário e fundador do Grupo Traffic, o conglomerado de marketing esportivo brasileiro, foi indiciado e declarado culpado por quatro acusações: extorsão, conspiração por fraude eletrônica, lavagem de dinheiro e obstrução da justiça.
Hawilla também concordou em restituir mais de US$ 151 milhões, sendo US$ 25 milhões destes pagos no momento de seu apelo", afirmou o Departamento de Justiça dos Estados Unidos.
"Em 14 de maio de 2015, os acusados da Traffic Sports USA Inc. e Traffic Sports International Inc. foram considerados culpados por conspiração de fraude eletrônica", completou a entidade.
Segundo o Departamento de Justiça dos Estados Unidos, o dinheiro está reservado caso as vítimas dos crimes devam ser restituídas. Além de J. Hawilla, outros três réus se declararam culpados: Daryll Warner, Daryan Warner e Charles Blazer.
"Todo o dinheiro devolvido pelos acusados estão sendo guardados na reserva para assegurar sua disponibilidade para satisfazer qualquer ordem de restituição em sentenças que beneficiem qualquer indivíduo ou entidade qualificada como vítima dos crimes dos acusados sob a lei federal", explicou o Departamento de Justiça dos EUA.
Daryll, filho do acusado Jack Warner e ex-secretário de desenvolvimento da Fifa, assumiu a culpa no dia 15 de julho de 2013 por duas acusações: fraude eletrônica e transações financeiras estruturais. Já em 25 de outubro de 2013, Daryan confessou os crimes por conspiração por fraude eletrônica, lavagem de dinheiro e estruturação de transações financeiras.
Na ocasião, ele devolveu US$ 1,1 milhão (cerca de R$ 3,5 milhões) e aceitou pagar uma segunda parcela quando fosse sentenciado.
Já Charles Blazer, ex-membro do Comitê Executivo da Fifa e ex-secretário-geral da Concacaf, aceitou as acusações por conspiração de extorsão, fraude eletrônica, lavagem de dinheiro e evasão de imposto.
Ele devolveu US$ 1,9 milhão (R$ 6 milhões) no momento do apelo e também fez um acordo para uma segunda devolução.