Transporte público: o setor privado deve ampliar seus dispêndios, somando R$ 18,7 bilhões (Arquivo/Agência Brasil)
Da Redação
Publicado em 7 de abril de 2015 às 15h06.
São Paulo - Os investimentos no setor de transportes devem ficar em R$ 30,27 bilhões em 2015, segundo estimativa do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).
O montante já leva em conta que haverá uma restrição nos investimentos públicos, com uma redução para cerca de R$ 11 bilhões, ante os R$ 14 bilhões aplicados anualmente.
Por outro lado, o setor privado deve ampliar seus dispêndios, somando R$ 18,7 bilhões, sendo R$ 5,17 bilhões referentes aos projetos do Programa de Investimento em Logística (PIL) e outros R$ 13,5 bilhões em outros projetos.
Em apresentação durante a abertura de evento de logística que se realiza esta semana em São Paulo, Carlos Campos Neto, do Ipea, não citou os problemas pelo qual passam diversas construtoras que assumiram parte dos investimentos no setor e que podem levar a atrasos no cronograma, conforme estimam especialistas do setor e agentes do mercado.
Na avaliação do Ipea, o aumento dos gastos privados previsto para este ano fará com que o setor de Transportes siga a receber investimentos da ordem de R$ 30 bilhões neste ano, o que corresponde a 0,55% do PIB - em linha com os R$ 28 bilhões a R$ 30 bilhões, ou 0,60% do PIB que vem sendo aplicados anualmente entre 2010 e 2014.
Campos Neto destacou que o volume de investimentos de 0,6% do PIB são insuficientes frente às necessidades do País. De acordo com ele, outros países emergentes, comparáveis, como Rússia, Índia, China, Colômbia, dentre outros, investem, em média, 3,4% de seus PIBs em transportes.
"Apesar do esforço no último período, estamos distantes de qualquer valor razoável de investimento na infraestrutura de transporte. Precisamos multiplicar por quatro o investimento no setor", disse.
A situação não deve mudar para 2016 de maneira significativa, na avaliação do Ipea, que estima um leve aumento nos investimentos, para R$ 31,89 bilhões.
"As dificuldades fiscais acentuadas devem manter o investimento público limitado", explicou Campos Neto. O Ipea não considera qualquer novo investimento no PIL em ferrovias.
"O marco regulatório do modal é complicado e não deve se resolver entre 2015 e 2016 a ponto de ter novo investimento", justificou.