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Investimento do Brasil na educação básica é o terceiro pior entre países da OCDE, diz relatório

Na média, gasto público no país por estudante nessa etapa equivale a menos de um terço na comparação com a média de países ricos

Educação: Brasil fica à frente apenas de México e África do Sul (Rovena Rosa/Agência Brasil)

Educação: Brasil fica à frente apenas de México e África do Sul (Rovena Rosa/Agência Brasil)

Estadão Conteúdo
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Agência de notícias

Publicado em 12 de setembro de 2023 às 17h47.

No Brasil, os investimentos públicos por aluno na educação básica equivalem a um terço dos gastos dos países ricos nessa etapa.

Divulgado nesta terça-feira, 12, o relatório Education at a Glance 2023, da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), mostra ainda que o Brasil é o terceiro pior nesse ranking, de quase 50 países, ficando à frente apenas do México (US$ 2.702) e da África do Sul (US$ 3.085).

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O país investe por aluno da educação básica US$ 3.583 anuais (cerca de R$ 17,7 mil, na cotação atual), enquanto a média da OCDE é de US$ 10.949. Luxemburgo, o primeiro colocado, gasta US$ 26.370.

Atrás de Luxembrugo, vêm Suíça, com US$ 17.333, e Bélgica, com US$ 16.50. O cálculo envolve todos os recursos públicos destinados à educação pública, divididos pelo total de matrículas no ensino fundamental e no médio.

O relatório internacional, que tem como base dados do ano de 2020 e compara os principais indicadores na área da educação , indica que o Brasil, após a Covid-19, reduziu os gastos públicos com educação em 10,5%. No entanto, com outros serviços houve aumento de 8,9% nos investimentos. Os membros da OCDE apresentaram crescimento parecido quando se trata de outras áreas (9,5%), mas também elevaram os recursos voltados para educação, em 2,1%.

Em se tratando de Brasil, o documento joga luz ainda sobre o grande número dos chamados jovens "nem-nem", que não estudam nem trabalham. Na faixa de18 a 24 anos, eles totalizam 24,4%. É o sexto pior indicador entre os países da organização, cuja média nesse índice é de 15%. A Holanda é o país que se sai melhor, com percentual de apenas 4%. 

Ensino profissionalizante

O relatório destaca a pouca atenção dada por muitos países ao ensino profissionalizante. No Brasil, o acesso à modalidade é o terceiro pior da OCDE: apenas 11% dos estudantes de 15 a 19 anos estão matriculados. A média da organização nessa mesma faixa etária é de 37%.

"Programas escolares e práticos combinados permanecem raros em muitos países. Em média, apenas 45% de todos os estudantes de educação profissionalizante do ensino médio superior estão matriculados em tais programas em toda a OCDE", aponta o relatório, afirmando que o ensino profissionalizante ainda é visto como "opção alternativa para estudantes com dificuldades para estudar ou que têm pouca motivação". O documento ressalta entretanto, que esses programas podem levar a "trajetórias atrativas de carreira".

Em relação ao ensino superior, os gastos públicos do governo brasileiro se aproximam da média da OCDE, de US$ 14.839. O investimento público por estudante nas universidades brasileiras é de US$ 14.735 anualmente, ficando à frente de vizinhos sul-americanos e até dos Estados Unidos.

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