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Investigação indica que morte de adolescente não foi causada pela vacina

Adolescente de 16 anos faleceu sete dias após tomas a vacina da Pfizer. Ministério da Saúde decidiu suspender a imunização de pessoas entre 12 e 17 anos

 (Stephane Mahe/Reuters)

(Stephane Mahe/Reuters)

GG

Gilson Garrett Jr

Publicado em 17 de setembro de 2021 às 18h42.

Última atualização em 17 de setembro de 2021 às 20h05.

Uma análise feita pela Secretaria de Saúde do estado de São Paulo indica que a morte da adolescente de 16 anos após tomar a vacina da Pfizer não ocorreu em decorrência do imunizante. O óbito foi um dos motivos que levaram o Ministério da Saúde a retirar a recomendação de aplicação de doses para adolescentes entre 12 e 17 anos.

"As análises técnicas indicam que não foi a vacina a causa provável do óbito e sim a doença identificada com base no quadro clínico e em exames complementares, denominada Púrpura Trombótica Trombocitopênica (PTT)”, diz a nota enviada à imprensa.

Ainda segundo o governo de São Paulo, a PTT é uma doença autoimune, rara e grave, normalmente sem uma causa conhecida capaz de desencadeá-la, e não há como atribuir relação causal entre PTT e a vacina contra covid-19 de RNA mensageiro, como é o caso da Pfizer.

A análise foi feita de forma conjunta por 70 profissionais reunidos pela Coordenadoria de Controle de Doenças e do Centro de Vigilância Epidemiológica.

Participaram especialistas em hematologia, cardiologia, infectologia e outros atuantes nos Centros de Referência para Imunobiológicos Especiais (CRIEs) do estado. Também contribuíram representantes dos municípios de São Bernardo do Campo, Santo André e São Paulo, além do Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (Cievs) estadual.

“As vacinas em uso no país são seguras, mas eventos adversos pós-vacinação podem acontecer. Na maioria das vezes, são coincidentes, sem relação causal com a vacinação. Quando acontecem, precisam ser cuidadosamente avaliados”, explica o infectologista do CVE, Eder Gatti, que coordenou esta investigação e que atua também no Instituto Emílio Ribas.

Anvisa também investiga

Na quinta-feira, 16, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) informou que abriu uma investigação sobre o caso. Segundo o órgão, por enquanto não há relação definida entre o óbito e a administração do imunizante. Também recomendou que a vacinação pode continuar, como já autorizada pelo órgão.

“A Anvisa já iniciou avaliação e a comunicação com outras autoridades públicas e adotará todas as ações necessárias para a rápida conclusão da investigação. Entretanto, com os dados disponíveis até o momento, não existem evidências que subsidiem ou demandem alterações nas condições aprovadas para a vacina”, diz a entidade em nota enviada à imprensa.

Ministério da Saúde suspendeu vacinação

Por conta do episódio, o Ministério da Saúde recomendou a suspensão da aplicação em adolescentes sem comorbidades. Segundo o ministro, Marcelo Queiroga, a medida foi tomada de maneira preventiva.

Queiroga chegou a convocar uma coletiva de imprensa para falar da suspensão da aplicação, mas só disse que se tratava de um evento adverso grave. O termo é utilizado para identificar qualquer problema que pode estar relacionado com a aplicação de vacinas.

Na orientação do Ministério da Saúde, os adolescentes sem doenças crônicas que receberam a primeira dose não devem receber a segunda dose. Quem tem comorbidade deve continuar o esquema. "Quem tomou vacina que não estava prevista não toma mais nada. Eu, como ministro, não vou autorizar a intercambialidade neste grupo", disse.

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