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Investigação da morte de PC foi direcionada, diz promotor

Marcos Mousinho foi o primeiro a falar no quinto dia do julgamento dos quatro réus acusados de envolvimento na morte do casal, ocorrida em 1996


	PC Farias e Suzana Marcolino foram encontrados mortos a tiros no dia 23 de junho de 1996, na casa de praia do empresário, em Guaxuma, no litoral Norte de Alagoas
 (ANTONIO MILENA/VEJA)

PC Farias e Suzana Marcolino foram encontrados mortos a tiros no dia 23 de junho de 1996, na casa de praia do empresário, em Guaxuma, no litoral Norte de Alagoas (ANTONIO MILENA/VEJA)

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Da Redação

Publicado em 10 de maio de 2013 às 14h51.

Maceió - O promotor Marcos Mousinho disse nesta sexta-feira, 10, que a atuação dos peritos responsáveis pela investigação das mortes do empresário Paulo César Farias e da namorada dele, Suzana Marcolino, foi direcionada para comprovar a tese de crime passional.

O promotor foi o primeiro a falar no quinto dia do julgamento dos quatro réus acusados de envolvimento na morte do casal, ocorrida em 1996.

Mousinho atua na acusação dos quatro policiais militares e afirma que houve direcionamento nas investigações. "O próprio irmão da vítima, Augusto Farias, ligou para a família para dizer que Suzana Marcolino tinha matado Paulo César Farias e depois se matado", ressaltou.

Ele defendeu ainda que o médico-legista Fortunato Badan Palhares, responsável pela perícia que concluiu pela tese de crime passional, foi induzido ao erro.

"A mente dos investigadores e dos peritos já estavam num só caminho: o de provar que Suzana tinha matado Paulo César e depois se matado", disse. "Ora, quando as próprias autoridades competentes dizem que houve suicídio, os profissionais vão trabalhar com essa hipótese."

Marcos Mousinho criticou a falta de estrutura da polícia alagoana, que sequer levou os equipamentos necessários para a realização da perícia. A água utilizada para colher resíduos nas mãos do casal, afirmou ele, foi a que estava no copo no criado-mudo de Suzana Marcolino.

"Isso é uma completa falta de experiência. E se naquele copo tivesse outro produto, como veneno, por exemplo?", questionou. O promotor acusou a perícia alagoana de ser limitada.


Os policiais Adeildo Costa dos Santos, Reinaldo Correia de Lima Filho, Josemar Faustino dos Santos e José Geraldo da Silva são acusados de omissão no crime.

"Eles tinham a missão de salvaguardar a integridade física do PC Farias e, se assim não o fizeram, ou é porque sabiam que o crime seria cometido e não se movimentaram para impedi-lo ou, talvez, tenham participação direta nas mortes", defendeu o promotor.

"Os PMs até alegaram que a Suzana teria assassinado o próprio namorado. Todavia, os laudos periciais que estão acostados nos autos comprovaram que a tese de homicídio seguido de suicídio está descartada", defendeu.

Depois da acusação, será a vez da defesa dos policiais fazer considerações. O juiz Maurício Brêda, que preside o Tribunal de Júri, acredita que o julgamento termine nesta sexta. Em caso de condenação, a pena dos réus pode variar entre 12 e 30 anos para cada crime.

O crime

PC Farias e Suzana Marcolino foram encontrados mortos a tiros no dia 23 de junho de 1996, na casa de praia do empresário, em Guaxuma, no litoral Norte de Alagoas. A tese sustentada pela defesa é a mesma da polícia alagoana, de que Suzana matou PC Farias e depois cometeu suicídio.

Já o Ministério Público acredita em duplo homicídio e acusa os quatro réus de coautoria do crime e omissão, já que faziam a segurança do local onde o casal morreu. Para a promotoria, a morte de PC Farias foi "queima de arquivo".

O empresário foi tesoureiro da campanha de Fernando Collor (PTB), era réu em processos por crimes financeiros e foi o centro das denúncias de corrupção que resultaram no impeachment de Collor.

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