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Interventor do Rio diz que "imediatismo do brasileiro atrapalha muito"

O general Braga Netto disse que a intervenção precisa de "agenda positiva" e que é necessário parar de ver "só o lado negativo"

General Braga Netto: "Não tenho dúvida de que a intervenção será caso de sucesso" (Pilar Olivares/Reuters)

General Braga Netto: "Não tenho dúvida de que a intervenção será caso de sucesso" (Pilar Olivares/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 13 de junho de 2018 às 19h28.

Rio de Janeiro - O general Braga Netto, comandante da intervenção federal na Segurança Pública no Rio de Janeiro, informou que a letalidade violenta recuou 16,95% entre março, quando começou efetivamente a intervenção, e maio deste ano. Segundo ele, os dados são de 9 de junho, do Instituto de Segurança Pública (ISP),

E mostram que os homicídios dolosos caíram 24,65% nesse período e os homicídios em operações aumentaram 22,94%.

A apresentação dos resultados foi realizada nesta quarta-feira, 13, na Associação Comercial do Rio de Janeiro (ACRJ), na semana em que a operação completa 100 dias. Ao apresentar os dados, o interventor afirmou não ter dúvidas de que a medida terá sucesso e que o "imediatismo do brasileiro nos atrapalha muito."

Braga Netto rechaçou as críticas de que a intervenção ocorre sem planejamento. Segundo o general, o plano estratégico já foi publicado e o gabinete trabalha no plano de transição e legado da intervenção, que prevê ações nos meses de outubro, novembro e dezembro, e a desmobilização em janeiro e fevereiro de 2019.

O general disse que a intervenção precisa de "agenda positiva" e que é necessário parar de ver "só o lado negativo". Segundo ele, o legado da intervenção inclui a reorganização dos órgãos de segurança, revisão do plano de carreira dos policiais, previdência, Lei Orgânica da Polícia Civil, serviço militar temporário.

"O imediatismo do brasileiro nos atrapalha um pouco", disse, ao falar dos planos entregues. "Não tenho dúvida de que a intervenção será caso de sucesso", completou.

Entre março e maio, os roubos de rua caíram apenas 1,43%, enquanto os roubos de cargas e veículos diminuíram 17,99% e 18,38%, respectivamente. De acordo com Braga Netto, a ocorrência de roubos de rua está concentrada em roubo de celular e depende de medidas de bloqueio que estão sendo solicitadas à Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). No dia a dia, o gabinete de intervenção tem procurado atuar sobre as manchas de criminalidade e focado na redução de crimes que estão associados ao latrocínio, como roubo de automóveis.

"Furto de veículo gera latrocínio. É o que dá mais morte. Operação Dínamo tem sido um sucesso", disse, ao mostrar uma foto de policiais civis e militares envolvidos na operação. "Isso nunca ninguém tinha visto. Policiais Civis e Militares juntos", completou.

Operações

Braga Netto listou as operações realizadas no período, mas disse que só terão resultado se o Estado ocupar seu lugar nas comunidades, com a oferta de serviços públicos. Segundo ele, nas operações, o exército tem realizado trabalho de engenharia e mobilizado médicos em ações sociais com as comunidades. Já removeu 142 obstáculos, liberando 131 vias. No último sábado, 177 médicos militares realizaram 11 mil atendimentos na Praça Seca.

"Não se acaba com o crime. A gente tem que diminuir a ostensividade que estava acontecendo no Rio de Janeiro", afirmou.

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