Brasil

Intervenção no Rio faz PRB adiar apoio a Dilma

Integrantes da cúpula do partido ficaram contrariados com a intervenção do Palácio do Planalto na disputa estadual do Rio de Janeiro


	Dilma Rousseff: presidente pode perder mais um aliado
 (Ueslei Marcelino/Reuters)

Dilma Rousseff: presidente pode perder mais um aliado (Ueslei Marcelino/Reuters)

DR

Da Redação

Publicado em 25 de junho de 2014 às 19h04.

Brasília - Contrariados com a intervenção do Palácio do Planalto na disputa estadual do Rio de Janeiro, integrantes da cúpula do PRB passaram a "reavaliar" a possibilidade de apoiar a candidatura à reeleição da presidente Dilma Rousseff.

Inicialmente, a convenção nacional do PRB estava prevista para ocorrer na sexta-feira, 27. Na ocasião, seria selada a aliança com o PT no âmbito nacional.

O encontro foi remarcado para a próxima segunda-feira, 30, prazo final para a composição das chapas que irão disputar as próximas eleições.

"A Executiva Nacional do PRB achou melhor, diante das incertezas dos cenários e da interferência do Palácio do Planalto na conjuntura política do Rio, mudar a data", afirmou o presidente nacional da legenda, Marcos Pereira, ao Broadcast Político, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado.

Aliada do governo Dilma, a legenda comanda hoje o Ministério da Pesca com Eduardo Lopes (PRB-RJ), que assumiu a cadeira em março deste ano no lugar do senador Marcelo Crivella (PRB-RJ), pré-candidato ao governo do Rio.

"Foi combinado com o governo federal que eles não iriam interferir na eleição do Rio, já que o Estado teria quatro candidatos da base aliada. O governo interveio de forma forte e veemente por meio dos ministros Ricardo Berzoini [Relações Institucionais] e Aloizio Mercadante [Casa Civil]", afirmou o dirigente.

Questionado sobre quais procedimentos os ministros palacianos tomaram, Pereira afirmou: "Eles chamaram o presidente do PROS, Eurípides Júnior, e pediram que ele fosse com Lindbergh Farias (PT) ou com o Garotinho (PR) e contra o Crivella. Foi o que aconteceu".

Na noite de terça-feira, 24, o PROS anunciou a adesão à campanha ao governo do Rio de Anthony Garotinho (PR). A decisão ocorreu no mesmo dia em que o partido realizou convenção nacional em que oficializou apoio à campanha presidencial de Dilma.

Apesar do descontentamento com o governo, o presidente do PRB não soube dizer se há alguma possibilidade de a legenda rumar com os candidatos presidenciais de oposição Aécio Neves (PSDB) e Eduardo Campos (PSB).

"Não sei, porque vou aguardar as conversas com os integrantes do partido. Uma decisão, só dia 30", afirmou. Segundo ele, caso o partido opte por não seguir com Dilma, colocará o Ministério da Pesca à disposição da presidente.

Novos aliados

Em convenção realizada nesta quarta-feira, 25, em Brasília, o PSD e o PP oficializaram apoio a Dilma na disputa presidencial deste ano. Antes, confirmaram o apoio também o PT, PMDB, PDT e o PROS.

Nesta sexta-feira, o PCdoB se reúne para anunciar que também fará parte do grupo. A tendência é que Dilma consiga construir uma coligação com dez partidos, o que lhe asseguraria o maior tempo de TV e rádio na disputa presidencial: cerca de 11 minutos.

Acompanhe tudo sobre:EleiçõesEleições 2014Governo DilmaPartidos políticosPolítica no BrasilPRB – Partido Republicano Brasileiro

Mais de Brasil

Defesa de Collor reitera pedido por prisão domiciliar com atestado de Parkinson e transtorno bipolar

Gilmar Mendes retira pedido e julgamento de Collor segue no plenário virtual

Bolsonaro segue na UTI, 'sem febre ou alterações da pressão', diz boletim médico

Desaceleração no fim de 2024 faz Brasil cair seis posições em ranking global da produção industrial