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Intervalo entre doses da AstraZeneca diminuirá em todo o país nesta semana

Apesar das mudanças nos intervalos anunciadas por Queiroga, os critérios adotados ainda diferem das recomendações das fabricantes

Queiroga: ministro afirmou que a orientação da pasta é promover o esquema de imunização com as duas doses da mesma vacina. (Adriano Machado/Reuters)

Queiroga: ministro afirmou que a orientação da pasta é promover o esquema de imunização com as duas doses da mesma vacina. (Adriano Machado/Reuters)

Drc

Da redação, com agências

Publicado em 13 de setembro de 2021 às 16h45.

Última atualização em 13 de setembro de 2021 às 16h55.

Apesar da dificuldade em se encontrar vacinas de AstraZeneca em todo o País, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, afirmou nesta segunda-feira que o intervalo entre doses do imunizante será diminuído de 12 para 8 semanas a partir do próximo dia 15.

A redução do intervalo da Pfizer a partir de setembro já havia sido anunciado por Queiroga no mês passado. Já a Coronavac tem intervalo menor, de 28 dias, e a da Janssen é de dose única.

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Apesar das mudanças nos intervalos, os critérios adotados ainda diferem das recomendações das fabricantes. A Pfizer recomenda intervalo de 21 dias entre as doses e a AstraZeneca, de 12 semanas, como acontece hoje.

Intercâmbio de imunizantes

Queiroga também afirmou que a orientação da pasta é promover o esquema de imunização com as duas doses da mesma vacina, e que o chamado intercâmbio de imunizantes seja utilizado apenas para as doses adicionais ou de reforço.

"A ideia é que a vacina seja homóloga. A dose heteróloga é para reforço ou dose adicional", disse o ministro a jornalistas. "Isso é para os idosos acima de 70 anos e para aqueles que são imunocomprometidos."

"Se porventura a AstraZeneca, por conta de questões operacionais, faltar, eventualmente se usar a intercambialidade (para a segunda dose). Agora, o critério não pode ser 'faltou um dia, já troca', se não a gente não consegue avançar", acrescentou.

A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), responsável pelo envase no Brasil da vacina contra Covid-19 desenvolvida pela AstraZeneca com a Universidade de Oxford, atrasou as entregas do imunizante ao PNI após a demora na chegada do insumo farmacêutico ativo (IFA) da vacina.

Alguns Estados, como Rio de Janeiro e São Paulo, registraram falta de doses do imunizante da AstraZeneca para aplicação da segunda dose, e em alguns locais, como na capital paulista, decidiu-se pela aplicação da vacina da Pfizer como segunda dose para quem tomou a primeira da AstraZeneca.

Segundo o ministério, a falta de vacinas para a segunda dose se deve ao fato das autoridades de alguns Estados terem usado todas as vacinas para a primeira aplicação e não reservado para a segunda. A informação, no entanto, é contestada pelos Estados.

Queiroga manifestou descontentamento com Estados que não se adiantaram à orientação geral do Plano Nacional de Imunização (PNI) e disse que "fica difícil" lidar com essa "Torre de Babel".

O ministro acrescentou que afirmou que a intenção é concluir a distribuição de vacinas para a aplicação de primeiras doses ainda nesta semana. A expectativa da Fiocruz é retomar as entregas do imunizante nesta semana.

Queiroga afirmou ainda que o Brasil está próximo de abandonar o uso obrigatório de máscaras, como pede o presidente Jair Bolsonaro, mas não informou uma data para isso. Queiroga alertou, no entanto, que o contexto da doença no país tem que ser favorável à flexibilização da obrigatoriedade.

"Estamos bem perto de chegar a isso no Brasil, agora, é necessário que o contexto epidemiológico seja favorável a essa ação, e que a nossa campanha avance mais", disse o ministro.

Rio de Janeiro

A falta de vacinas da AstraZeneca está levando o município do Rio a aplicar a segunda dose com imunizante da Pfizer. A "vacinação heteróloga", como são chamados os casos em que a mesma pessoa recebe as doses produzidas por laboratórios diferentes, também poderá acontecer em outros municípios do Estado.

Segundo a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) do Rio, a vacinação heteróloga já vinha acontecendo em algumas gestantes que tomaram a primeira dose (D1) de AstraZeneca, pessoas que apresentaram reações adversas graves àquele imunizante e em casos de desabastecimento de alguma das vacinas. "Neste momento, em que o estoque da AstraZeneca para D2 está esgotado, as pessoas estão recebendo a Pfizer como D2", informou a SMS no início da tarde desta segunda-feira, 13.

Outros municípios também poderão ter de fazer o mesmo. Desde o dia 16 de agosto, a Secretaria de Estado de Saúde (SES) publicou nota técnica autorizando a intercambialidade de vacinas "caso o estado do Rio de Janeiro não receba doses do imunizante Oxford/AstraZeneca em quantidade suficiente para completar o esquema vacinal de quem já recebeu a primeira dose".

São Paulo

Após ter anunciado a medida na última sexta-feira, 10, o governo de São Paulo começou a disponibilizar a vacina da Pfizer às 14h desta segunda às pessoas que estão com a segunda dose da vacina da AstraZeneca em atraso. Outros Estados, como o Mato Grosso do Sul, também enfrentam desabastecimento do imunizante e pretendem adotar medida semelhante.

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(Com Reuters e Estadão Conteúdo)

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