Caetano Veloso: músico comentou sobre os protestos no país, que ocorrem desde junho (Kevin Winter/Getty Images/AFP)
Da Redação
Publicado em 6 de setembro de 2013 às 17h12.
Rio de Janeiro – Uma carta assinada por 26 pessoas, entre artistas e intelectuais, foi entregue hoje (5) ao secretário de Segurança do Rio, José Mariano Beltrame, pedindo moderação na ação policial durante as manifestações.
Entre os que assinaram a carta estão Alba Zaluar, Caetano Veloso, Chico Buarque, Jacqueline Muniz, Michel Misse, Sidney Waismann e Zuenir Ventura.
A reunião com Beltrame durou aproximadamente três horas, quando foram abordados os principais pontos do documento. Nem todos que assinam a carta compareceram. Ao final do encontro, o cantor Caetano Veloso resumiu o que foi tratado na reunião, que ocorreu na sede da Secretaria de Estado de Segurança.
“Era mais para pedir ao secretário de Segurança uma clareza dos protocolos de como a polícia atua nas manifestações, e para que a manifestação do dia 7 de Setembro seja pacífica. A conversa foi boa, pois o secretário é muito lúcido e tem uma maneira muito humana de pensar”, disse Caetano.
O músico comentou sobre os protestos no país, que ocorrem desde junho.
“É fascinante e complexa a situação no momento. É um fenômeno mundial. Essas organizações horizontais se dão através de redes sociais e produzem manifestações sem lideranças explícitas. Manifestações difusas, mas muito interessantes. É um modo que o mundo está achando de se discutir. As pessoas estão indo para a rua para dizer que tem o direito de dizer, de se manifestar. O que vai sair disso, para que lado está tendendo, não se sabe.”
Além do pedido de moderação à polícia, Caetano sugeriu que os manifestantes também saiam em paz no feriado da Independência. “Aqui foi só um pedido pontual sobre a atuação da polícia, mas também nós gostaríamos de pedir aos manifestantes que contribuíssem para que todas essas coisas pudessem se dar em paz". "O 7 de Setembro já reúne muita gente, pois tem as festividades oficiais. Que saiam com desejo de paz. E do lado da polícia seja pensado o projeto de um dia pacífico”, acrescentou.
Procurada pela reportagem, a Secretaria de Segurança Pública não se manifestou sobre o encontro.