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Infraero precisará de ajuda do governo após concessões

Segundo presidente, companhia precisará de ajuda para o custeio de cerca de R$ 300 milhões anuais ao longo dos próximos três anos


	Infraero: participação da Infraero nos aeroportos de Galeão e Confins caiu para 49 por cento
 (Marcos Santos/USP Imagens)

Infraero: participação da Infraero nos aeroportos de Galeão e Confins caiu para 49 por cento (Marcos Santos/USP Imagens)

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Da Redação

Publicado em 2 de abril de 2014 às 19h16.

Rio de Janeiro - A Infraero precisará de ajuda do governo federal para o custeio de cerca de 300 milhões de reais anuais ao longo dos próximos três anos, devido à concessão dos aeroportos de Confins, em Belo Horizonte, e do Galeão, no Rio de Janeiro, à iniciativa privada, afirmou o presidente da estatal, Gustavo do Vale, nesta quarta-feira.

Segundo ele, a redução da participação controladora da Infraero nos dois aeroportos após a concessão, vai exigir ajuda do governo federal para o reequilíbrio das contas da estatal até que ela comece a receber os dividendos dos parceiros que assumiram os terminais.

Após as concessões, a participação da Infraero nos aeroportos caiu para 49 por cento. O aeroporto de Galeão foi vencido por consórcio integrado pela Odebrecht Transport e Confins por grupo liderado pela CCR.

Além de Galeão e Confins, o governo concedeu à iniciativa privada os terminais de Viracopos (SP), Guarulhos (SP) e Brasília, que também eram administrados pela Infraero. "São cinco aeroportos dos mais importantes para nós e teremos uma perda de receita significativa", disse do Vale à Reuters.

De acordo com ele, a partir de agosto, quando será efetivada a transferência do controle de Galeão e Confins à iniciativa privada, a Infraero começará a contabilizar perdas de receita. A receita da empresa com Confins e Galeão atualmente é de 400 milhões de reais, o equivalente a 20 por cento do faturamento total da estatal.

O executivo ponderou que apesar da redução nos custos da autarquia por conta também das concessões, a ajuda financeira do governo federal será necessária.


A forma como essa ajuda poderá ser dada à Infraero ainda não foi definida. "Estamos estudando uma solução com Ministério do Planejamento, Casa Civil e Secretaria de Aviação Civil para que a Infraero consiga se sustentar do ponto de vista de custeio", disse do Vale.

O presidente da Infraero lembrou que após as concessões, a estatal continuará com o controle de 61 aeroportos. Destes, 45 são deficitários, segundo ele. As empresas de navegação aérea do país permanecem com a Infraero e também são deficitárias. "São 91 unidades de navegação e todas são deficitárias", disse.

A Infraero pretende investir esse ano 2,5 bilhões de reais ante 2,3 bilhões em 2013.

Segundo o presidente da Infraero, o orçamento para este ano incluiu obra de um novo aeroporto em Aracaju (400 milhões de reais) e existe a expectativa de haver autorização do Tribunal de Contas da União (TCU) para a continuidade das obras no aeroporto de Vitória (ES), paradas desde 2007.

TARIFAS Nessa quarta-feira, durante a assinatura do contrato de concessão do aeroporto do Galeão à iniciativa privada, o Ministro da Secretaria de Aviação Civil, Moreira Franco, afirmou que a nova administração poderá reduzir os custos operacionais para as empresas de aviação e abrir possibilidade de redução de preços de passagens aéreas.

"A expectativa é que Galeão melhore seu sistema operacional e que junto com DCEA (com rotas de aproximação menores) vai diminuir os gastos da companhias nas suas operações", disse ele.

"Acho que (redução de custos) implica em redução de preços de tarifas. Isso parece inevitável. Mercado é isso", afirmou.

Na próxima semana, o contrato de concessão do aeroporto de Confins, em Belo Horizonte, será assinado entre governo federal e empresas privadas.

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