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Indústrias de máquinas devem investir R$ 4,8 bi em 2011

Segundo análise da entidade do setor, o aumento de 18,6% nos investimentos não deve refletir em um crescimento da capacidade instalada

A Abimaq reclama dos países asiáticos com câmbio desvalorizados (Claudio Rossi/EXAME)

A Abimaq reclama dos países asiáticos com câmbio desvalorizados (Claudio Rossi/EXAME)

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Da Redação

Publicado em 23 de fevereiro de 2011 às 16h08.

Os investimentos da indústria de bens de capital devem atingir R$ 4,8 bilhões em 2011, de acordo com previsão da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq). O número representa crescimento de 18,6% em relação ao valor investido em 2010.

Segundo o vice-presidente da Abimaq, Carlos Pastoriza, os investimentos em 2011 não devem promover um grande aumento da capacidade instalada ou mesmo uma grande modernização do setor. "Os investimentos devem significar cerca de 5% do faturamento do setor e servirão para manter a capacidade instalada e substituir máquinas mais antigas", afirmou.

Pastoriza explicou que o cenário do setor não tem incentivado a realização de grandes investimentos. Ele citou dados relativos ao consumo aparente de máquinas e equipamentos, que representa o total de máquinas comercializadas no País, incluindo produção interna e importações. No primeiro trimestre de 2004, as importações representavam 39,89% do consumo aparente. Hoje, respondem por 59,37%. "Tivemos uma inversão. As máquinas brasileiras representavam 60% das vendas internas em 2004 e agora representam cerca de 40%", afirmou.

Na avaliação de Pastoriza, embora o mercado de bens de capital esteja aquecido no Brasil, a indústria nacional tem sido prejudicada pelos concorrentes asiáticos, que utilizam o câmbio "artificial" e obtêm vantagem "desleal". "Estamos passando por uma compressão de preços e margens de lucro para tentar ganhar share dos importados e, mesmo assim, não estamos conseguindo", disse.

A China é hoje o segundo maior exportador de máquinas para o Brasil, atrás apenas dos Estados Unidos. Em janeiro, do total de máquinas importadas pelo País, 25,9% vieram dos Estados Unidos e 14,7% da China.

Pastoriza destacou ainda que cerca de 20% dos componentes das máquinas fabricadas no Brasil têm sido importados para aumentar a competitividade dos produtos. "As empresas estão desnacionalizando partes e importando sistemas", afirmou.

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