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Indústria da moda fluminense cresceu 130% na última década

Os dados do CIN mostram que as exportações fluminenses de moda atingiram US$ 21,222 milhões entre janeiro e novembro de 2010

O preço médio da moda fluminense era de US$ 36,91 o quilo em 2000 e subiu no ano passado para US$ 84,75 (Arquivo/ Contigo)

O preço médio da moda fluminense era de US$ 36,91 o quilo em 2000 e subiu no ano passado para US$ 84,75 (Arquivo/ Contigo)

DR

Da Redação

Publicado em 7 de janeiro de 2011 às 21h08.

Rio de Janeiro - O setor de moda fluminense cresceu 130% na última década, contrariando o movimento nacional, que apresentou diminuição. A constatação é de um estudo feito pelo Centro Internacional de Negócios (CIN) da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan). 

“O Rio de Janeiro inverteu essa mão e cresceu muito, inclusive em importância na exportação brasileira, onde respondia por 3,59% e passou para 13,27%. Quer dizer, dez pontos percentuais a mais do Rio de Janeiro na exportação de vestuário do Brasil”, disse hoje (7) à Agência Brasil o gerente do CIN, João Paulo Alcântara.

Os dados do CIN mostram que as exportações fluminenses de moda atingiram US$ 21,222 milhões entre janeiro e novembro de 2010, contra US$ 9,227 milhões em 2000. O estado do Rio ocupa, desde 2006, a terceira posição no ranking nacional exportador. Os dois primeiros colocados, contudo, que são Santa Catarina e São Paulo, tiveram retração nas exportações nos últimos dez anos de 52,33% e 20,34%, respectivamente.

Alcântara atribuiu o crescimento à estratégia do setor fluminense no período. “O Rio de Janeiro carecia de uma organização produtiva e migrou para um polo de criação, que se tornou um elemento essencial nesse resultado, porque evitou um confronto direto com competidores internacionais de volume. O Rio passou a produzir um produto diferenciado, com mais qualidade e maior apelo em design. Ele não sofreu tanto com a concorrência de produtos de baixo valor”, afirmou.

Isso fica claro na mudança dos destinos das exportações de vestuário fluminense. Em 2000, elas iam para países próximos, concentrados geograficamente na América Latina. Agora, os principais compradores são os Estados Unidos, a França, Itália e Portugal, seguidos da Argentina.

“Houve um reposicionamento da moda fluminense nas exportações. O produto do Rio de Janeiro se preparou para atingir mercados mais exigentes e que têm uma cultura de compra mais orientada para questões como design e diferenciação, mais do que os países menos desenvolvidos”. Os países desenvolvidos, que respondiam por 24% das vendas fluminenses de moda, subiram para 70%.

Alcântara destacou que a qualidade, a criatividade e o design foram elementos fundamentais para que o Rio alcançasse essa mudança de perfil e o crescimento das exportações e do preço médio dos produtos. Disse também que isso ocorreu apesar da questão cambial e da retração sofrida pelo setor exportador em geral diante da crise financeira internacional que eclodiu em 2008.

O preço médio da moda fluminense era de US$ 36,91 o quilo em 2000 e subiu no ano passado para US$ 84,75. Em 2009, o estado do Rio exportou US$ 17,37 milhões, com participação nas exportações de 11,81% e preço médio de US$ 67,92 o quilo.

No que se refere aos produtos, a moda praia substituiu a moda íntima em termos de liderança nas exportações do Rio de Janeiro na última década, acompanhada por uma ampla diversificação de sua pauta. A perspectiva é de continuidade desse processo positivo em 2011, afirmou João Paulo Alcântara.
 

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