Índios: a denúncia chegou ao Greenpeace, que enviou um alerta aos ministérios do Meio Ambiente e da Justiça, Ibama, Ministério Público e Polícia Federal (Fabio Rodrigues Pozzebom/ABr)
Da Redação
Publicado em 27 de junho de 2016 às 19h41.
Brasília - Um clima de forte tensão toma conta da Terra Indígena Alto Turiaçú, no norte do Maranhão. Lideranças da etnia Ka'apor foram obrigadas a se esconder, por conta de ameaças de morte que sofreram por madeireiros que exploram a região.
A denúncia chegou à organização não governamental Greenpeace, que enviou um alerta aos ministérios do Meio Ambiente e da Justiça, Ibama, Ministério Público Federal e Polícia Federal, para difundir a situação.
A terra indígena Alto Turiaçu tem 5.301 km² de floresta amazônica e teve sua homologação publicada ainda em1982, pela Fundação Nacional do Índio (Funai). Há anos, a região é alvo de pressão do crime organizado que explora madeira ilegal. É forte também a presença de grileiros, em busca de terra para expansão de fazendas de gado e soja.
Relatório de Violência aos Povos Indígenas elaborado pelo Conselho Missionário indigenista (Cimi) aponta que, nos últimos anos (2009-2014) foram relatados pelo menos oito casos de violência contra os Ka'apor, sendo que nos anos de 2010, 2011, 2014, ocorreram um assassinato em cada ano.
Desaparecimento
Iraúna ka'apor, uma jovem indígena de 14 anos, está desaparecida da aldeia Axiguirendá desde fevereiro. De acordo com os indígenas, a menina foi levada por madeireiros, tendo sido vista em um acampamento de extração ilegal de madeira no Pará.
Duas semanas atrás, índios da etnia guarani kaiowá foram vítimas de ataques de madeireiros no Mato Grosso do Sul. Os atos de violência resultaram na morte do indígena Clodiode Aquileu Rodrigues de Souza, de 26 anos, além de outros seis indígenas que foram baleados durante o ataque.
O Ministério da Justiça enviou a Força Nacional de Segurança Pública para a região de conflito entre indígenas e fazendeiros em Mato Grosso do Sul.