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Márcio Pochmann assume presidência do IBGE nesta sexta; veja os desafios do economista no órgão

A indicação de Pochmann, apontada por Tebet como uma escolha pessoal de Lula, causou desencontros de informações entre a ministra e o Planalto

Marcio Pochmann em audiência na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado (Pedro França/Agência Senado)

Marcio Pochmann em audiência na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado (Pedro França/Agência Senado)

André Martins
André Martins

Repórter de Brasil e Economia

Publicado em 18 de agosto de 2023 às 06h01.

Última atualização em 18 de agosto de 2023 às 07h52.

O economista Márcio Pochmann toma posse nesta sexta-feira, 18, como novo presidente do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O evento acontece na sede do ministério do Planejamento. A ministra da pasta, Simone Tebet, e presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) participam da cerimônia.

Antes de Pochmann, o instituto era comandado interinamente pelo diretor de Pesquisas do órgão, Cimar Azeredo. O último presidente do IBGE, Eduardo Luiz Gonçalves Rios Neto, foi exonerado pelo atual governo em janeiro de 2023.

O governo federal formalizou a nomeação de Pochmann no último dia 8 de agosto, no "Diário Oficial da União" (DOU), em portaria assinada pela Casa Civil da Presidência, mas o anúncio do nome ocorreu em julho. 

A indicação de Pochmann, apontada por Tebet como uma escolha pessoal de Lula, causou desencontros de informações entre a ministra e o Planalto. O nome foi anunciado no mesmo dia que Tebet afirmou desconhecer a indicação.

No dia seguinte, a ministra garantiu que Pochmann seria bem-vindo e que decisão de um nome de Lula no IBGE já estava acordada desde que ela assumiu o Planejamento.  "Queremos deixar muito claro que já havia um consenso sobre a troca. Acho mais do que justo esse pedido. Lula não me fez nenhum pedido (até então)", explicou, no fim de julho.

Tebet e Pochmann já se reuniram e debateram preocupações comuns "sobre a acelerada mudança demográfica brasileira revelada pelo Censo 2022 e os desafios que ela impõe para o futuro do Brasil".

O órgão é subordinado ao Ministério do Planejamento e Orçamento. O IBGE é uma das principais fontes de estatísticas oficiais do Brasil, como indicadores econômicos, demográficos e sociais, que servem de base para a elaboração de políticas públicas. O instituto é responsável, por exemplo, pelo Censo Demográfico e dados de desemprego e inflação. 

Quem é Márcio Pochmann

Pochmann era presidente do Instituto Lula. Antes disso, nos governos de Lula e Dilma Rousseff, ele comandou o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Ele é filiado ao Partido dos Trabalhadores (PT) desde 2011, professor voluntário da Unicamp e duas vezes candidato derrotado à prefeitura de Campinas. Pochmann é formado em ciências econômicas pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e, em 1993, tornou-se doutor pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).

Desafios de Pochmann no IBGE

Entre os desafios do economista no comando do órgão, estão:

  • Censo atrasado: o IBGE ainda não divulgou todos os dados do Censo 2022;
  • Falta de recurso: o orçamento do IBGE está congelado em termos reais desde 2013;
  • Falta de pessoal: o instituto tem menos de 4 mil funcionários, número insuficiente para as demandas atuais;
  • Novas pesquisas: este ano, o órgão teria que coletar os dados da "Pesquisa de Orçamentos Familiares" (POF), que detalha o perfil de consumo dos brasileiros e é a base para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). A última foi feita entre 2017 e 2018 e deve ter periodicidade de cinco anos.
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