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Laboratório indiano faz acordo para entregar vacina ao SUS e rede privada

O Bharat Biotech disse que o fornecimento a clínicas privadas de vacinação no Brasil podem ocorrer após aprovação do imunizante pela Anvisa

Bharat Biotech; vacina Covaxin. (Rafael Henrique/SOPA Images/Getty Images)

Bharat Biotech; vacina Covaxin. (Rafael Henrique/SOPA Images/Getty Images)

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Reuters

Publicado em 12 de janeiro de 2021 às 14h28.

Última atualização em 28 de janeiro de 2021 às 09h15.

 A indiana Bharat Biotech anunciou nesta terça-feira que assinou acordo de fornecimento de sua vacina contra covid-19 Covaxin para a empresa brasileira Precisa Medicamentos e que a prioridade será dada ao setor público, por meio de acordo com o governo brasileiro.

A companhia disse ainda que o fornecimento a clínicas privadas de vacinação no Brasil podem ocorrer após aprovação do imunizante pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

"O nosso objetivo para todas as vacinas desenvolvidas na Bharat Biotech é proporcionar o acesso global às populações que mais necessitam delas. A Covaxin gerou excelentes dados de segurança com respostas imunológicas robustas a múltiplas proteínas virais. Estamos satisfeitos ao verificar que as vacinas da Índia são capazes de responder às necessidades da saúde pública do Brasil", disse o presidente e diretor-geral da Bharat Biotech, dr. Krishna Ella, segundo comunicado da empresa.

Representantes da Precisa Medicamentos estiveram nas instalações da Bharat na semana passada e se reuniram com representantes da companhia, de acordo com o comunicado. Na reunião, o embaixador brasileiro na Índia, André Aranha Corrêa do Lago, participou virtualmente e manifestou interesse do governo brasileiro em adquirir a vacina, segundo a companhia indiana.

A Covaxin é uma vacina aplicada em duas doses que está passando por testes clínicos de Fase 3 na Índia com cerca de 26 mil voluntários desde meados de novembro. A candidata a vacina, que já recebeu autorização para uso emergencial na Índia, usa a tecnologia de vírus inativado e, de acordo com a Bharat, apresentou "resultados promissores de segurança e resposta imunológica, que receberam aceitação por revistas científicas internacionais" no estudo clínico de Fases 1 e 2.

Na semana passada, a Associação Brasileira das Clínicas de Vacinas (ABCVAC) enviou uma delegação à Índia para negociar a possível compra de doses da Covaxin para serem comercializadas por clínicas privadas.

Em uma transmissão em uma rede social, também na semana passada, o presidente Jair Bolsonaro disse que o governo federal não vai "criar problema" para clínicas privadas comprarem doses de vacinas contra a Covid-19.

Procurada por EXAME, a ABCVAC disse que confirmou a possibilidade da rede privada comprar a vacina do laboratório indiano, assim que obtiver o registro junto à Anvisa.

O presidente da entidade, Geraldo Barbosa, descartou a possibilidade de competição com o governo brasileiro. “Se essas vacinas não vierem para o mercado privado brasileiro, não virão nem para o Brasil. Vão para outro país”, diz.

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