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Incomodado com traidores, Temer não assistiu toda votação

Segundo as fontes, Temer só voltou a companhar a votação, a pedido de Eliseu Padilha, quando o painel marcava 170 votos pelo arquivamento

Temer: o presidente ficou frustrado com alguns parlamentares que não lhe deram o apoio prometido (Adriano Machado/Reuters)

Temer: o presidente ficou frustrado com alguns parlamentares que não lhe deram o apoio prometido (Adriano Machado/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 3 de agosto de 2017 às 17h48.

Brasília - Enquanto acompanhava, pela TV do seu gabinete, a votação do arquivamento da denúncia por corrupção passiva, o presidente Michel Temer se ausentou em ao menos dois momentos da sala, incomodado com traições de alguns deputados da base aliada, segundo relato de dois auxiliares que estavam presentes à reunião.

O primeiro momento em que Temer demonstrou incômodo foi quando o ex-ministro da Cultura Roberto Freire votou a favor de investigá-lo. Semanas antes, o deputado chegou a considerar um retorno ao governo, disseram as pessoas.

Logo após o voto de Freire, o presidente ouviu mais algumas declarações contra ele de parlamentares tucanos de São Paulo, seu estado natal e de onde esperava algum apoio por parte do governador Geraldo Alckmin. O presidente então resolveu deixar o gabinete e se instalar em uma sala sem TV sob o argumento de não querer se irritar.

Entre as traições inesperadas estão, por exemplo, três deputados do PP que compõem a bancada ruralista gaúcha: Luiz Carlos Heinze, Afonso Hamm e Jerônimo Goergen. O partido havia fechado questão a favor do presidente e, dias antes, a bancada foi beneficiada com a medida provisória que renegocia dívidas tributárias do Funrural.

Temer só voltou a companhar a votação, a pedido do ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, quando o painel marcava 170 votos pelo arquivamento da denúncia. Próximo ao fim da votação, com uma maioria confortável de 257 apoios - votos pró-Temer, somados às ausências e abstenções -, o presidente se retirou novamente da sala satisfeito com o resultado, mas frustrado com alguns parlamentares que não lhe deram o apoio prometido.

Passou então a dedicar-se ao pronunciamento que faria assim que concluída a votação pela Câmara. A avaliação feita pelo núcleo palaciano após o resultado é de que o governo obteve um placar que lhe garante aprovar qualquer projeto de lei e medida provisória, mas ainda precisa fazer um esforço para atingir os 308 votos necessários para as reformas previdenciária, política e tributária.

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