Brasil

Incêndio deixa 245 mortos em boate no Rio Grande do Sul

Mortes foram causadas por asfixia e pisoteamento, segundo as autoridades

EXAME.com (EXAME.com)

EXAME.com (EXAME.com)

DR

Da Redação

Publicado em 29 de janeiro de 2013 às 18h41.

Porto Alegre - Um incêndio deixou ao menos 245 mortos e cerca de 50 feridos, em sua maioria jovens, durante um show em uma casa noturna na cidade de Santa Maria, no Rio Grande do Sul, na madrugada deste domingo, disseram autoridades locais.

As mortes foram causadas por asfixia e pisoteamento, segundo as autoridades. Segundo o major Bastianello, comandante do Batalhão de Operações Especiais, que confirmou o número de mortos e feridos no fim da manhã, há 48 feridos até o momento sendo tratados em hospitais.

Havia cerca de 500 pessoas, na maioria jovens, dentro da boate Kiss quando o fogo teve início, por volta das 2h30 da madrugada deste domingo, segundo o major Gerson da Rosa Ferreira, que está coordenando as operações da Polícia Militar no local.

"A boate estava cheia, como quase sempre, pois é uma boate conhecida. Quando me deparei, eram corpos pelo chão. Foi muito chocante", disse Taynne Vendrusculo, estudante que estava na boate, em entrevista a GloboNews.

Os primeiros atendimentos às vítimas foram dados no estacionamento de um supermercado ao lado da boate Kiss, que fica no centro da cidade. Nem todos os corpos haviam sido retirados do local às 10h da manhã.

Homens com picaretas tentavam quebrar as paredes para ter acesso ao local e resgatar as vítimas.

Os familiares estão sendo reunidos no Centro Desportivo Municipal para fazer cadastro e reconhecimento de corpos, segundo informações do comando da Brigada Militar da cidade.

A delegada Luíza Sousa, da 2a Delegacia de Polícia Civil, disse que acontecia um show de uma banda gaúcha quando um dos integrantes soltou um sinalizador dentro do local.


A faísca desse sinalizador tocou o teto, que tinha um revestimento de isopor. "O fogo espalhou-se em segundos", disse a delegada à Reuters.

A delegada informou que um dos fatores para o agravamento da tragédia é que havia um grande número de carros estacionados na porta do estabelecimento, o que impediu a saída das pessoas. Ela disse, porém, que os carros não estava irregulares e que era permitido o estacionamento no local.

O major Ilvair Vianna, diretor do Hospital da Brigada Militar de Santa Maria, informou que chegaram mais de duas dúzias de feridos ao hospital.

"O que deixou a situação mais difícil parece que foi a saída. Tudo está meio confuso no momento. Ainda bem que a infraestrutura daqui é boa, conseguimos dar pronto socorro a muitas das vítimas", disse ele no início da manhã à Reuters.

Segundo a Brigada Militar, foi montado um centro de operações, com forças policiais e de saúde. A polícia e o Corpo de Bombeiros ainda trabalham na área da tragédia.

O governador do Estado, Tarso Genro, está a caminho da cidade, a cerca de 350 quilômetros da capital Porto Alegre e com cerca de 260 mil habitantes.

A presidente Dilma Rousseff, que estava no Chile, cancelou os compromissos no país e antecipou o retorno ao Brasil. Dilma deve ir a Santa Maria, segundo a assessoria da Presidência.

Em entrevista, Dilma disse que a cidade possui uma boa estrutura e que ministros estavam a caminho para prestar apoio.

"Neste momento de tristeza estamos juntos e iremos superar mantendo a tristeza", afirmou, emocionada.

Acompanhe tudo sobre:Incêndio de Santa MariaIncêndiosMortesRio Grande do Sul

Mais de Brasil

STF rejeita recurso e mantém pena de Collor após condenação na Lava-Jato

O que abre e o que fecha em SP no feriado de 15 de novembro

Zema propõe privatizações da Cemig e Copasa e deve enfrentar resistência

Lula discute atentado com ministros; governo vê conexão com episódios iniciados na campanha de 2022