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Imprensa nos EUA destaca vitória de Temer na Câmara

De acordo com o The New York Times, vários parlamentares apoiaram o presidente porque avaliaram que o País não poderia continuar com mais crise política

ABC News: "Enquanto Temer foi claramente vitorioso, ele provavelmente não terá muito tempo para celebrar", destacou o site (Adriano Machado/Reuters)

ABC News: "Enquanto Temer foi claramente vitorioso, ele provavelmente não terá muito tempo para celebrar", destacou o site (Adriano Machado/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 3 de agosto de 2017 às 06h20.

Última atualização em 3 de agosto de 2017 às 08h25.

Nova York - A imprensa nos EUA repercutiu a vitória do presidente Michel Temer na Câmara dos Deputados, que barrou a denúncia do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, de corrupção passiva contra o presidente. Temer obteve 263 votos favoráveis, quando precisava de apenas 172.

O site do The New York Times traz reportagem cujo título é "legisladores brasileiros rejeitam acusação de suborno do presidente Michel Temer." O artigo, assinado por Ernesto Londono, aponta que deputados escolheram "manter um líder profundamente impopular no cargo e evitar outra onda de turbulência política."

De acordo com o The New York Times, vários parlamentares apoiaram o presidente porque avaliaram que o País não poderia continuar com mais crise política. "Mas oponentes disseram que permitir o senhor Temer a continuar (no cargo) contribui para o endosso da cultura de impunidade que tornou penetrante a corrupção na política brasileira."

A reportagem também destacou que Temer tem 5% de aprovação de acordo com pesquisa realizada pelo Ibope, o que o "torna menos popular" que a sua antecessora, a ex-presidente Dilma Rousseff, que registrou 9% no final de 2015.

O The Washington Post destacou em seu site que Michel Temer "sobreviveu" às acusações de corrupção feitas pela procuradoria-geral da República com a votação na Câmara dos Deputados. "O presidente estava determinado a continuar no poder e agressivamente cortejou o apoio de legisladores" inclusive dentro da sessão no plenário, que durou mais de 11 horas.

"Com mais de 80% dos brasileiros a favor de enviar o presidente a julgamento, de acordo com pesquisas, a decisão da Câmara foi um testamento de manobra habilidosa do presidente", cujo apelo era a busca de maior estabilidade política e econômica no País, destacou a reportagem de Marina Lopes. O artigo ressalta que Temer é acusado de ter recebido o equivalente a US$ 150 milcomo parte de US$ 12 milhões em subornos envolvendo uma empresa de carnes, no caso a JBS, que ele teria sido beneficiado através de um assessor. O presidente negou as acusações e não aceitou pedidos de renuncia.

O The Wall Street Journal apontou que a vitória do presidente da Repúblicamostra que ele tem capital político suficiente para defender-se de eventuais novas denúncias que poderão ser feitas contra ele nas próximas semanas pela procuradoria-geral da República. A reportagem levada ao ar na internet destaca que Michel Temer dedicou energia e recursos para ter o apoio necessário de deputados "aprovando US$ 1,3 bilhão em financiamento de projetos para seus Estados", de acordo com a ONG Contas Abertas. "isso mostra o relacionamento comercial entre os poderes legislativo e executivo", disse o diretor da instituição Gil Castelo Branco, aos jornalistas Samantha Pearson e Paulo Trevisani.

As redes de TV ABC News e Fox News trazem em seus respectivos sites reportagem produzida pela Associated Press a respeito da votação favorável ao presidente na Câmara dos Deputados.

"Enquanto Temer foi claramente vitorioso, ele provavelmente não terá muito tempo para celebrar", destacou o texto, assinado por Peter Prengaman e Maurício Savarese levado ao ar no site da ABC News. A reportagem aponta que o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, que denunciou Temer por corrupção passiva, deverá acusá-lo por obstrução de Justiça no final deste mês. Tal fato poderá gerar uma segunda votação na Câmara, onde os aliados políticos do presidente poderão "colocar em risco o futuro político" apoiando um "líderprofundamente impopular."

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