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Importadores veem defasagem de preço do diesel com exterior

Combustível é pressionado por câmbio e preços praticados no mercado internacional, diz Abicom

Bombas de combustíveis: diesel está com defasagem de 11% no preço, diz Abicom (Sol de Zuasnabar Brebbia/Getty Images)

Bombas de combustíveis: diesel está com defasagem de 11% no preço, diz Abicom (Sol de Zuasnabar Brebbia/Getty Images)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 9 de outubro de 2022 às 14h30.

O diesel no mercado brasileiro deveria subir R$ 0,62 por litro para ficar alinhado aos valores cobrados no mercado internacional, segundo a Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom).

Em relatório diário divulgado na última sexta-feira, a entidade viu uma defasagem de 11% no preço do combustível - que tende a subir ainda mais globalmente por conta da chegada do inverno no Hemisfério Norte.

“O mercado internacional do diesel e o câmbio pressionam os preços domésticos. A arbitragem está desfavorável para importações”, afirmou a Abicom.

O petróleo passou a subir no mundo inteiro na semana passada depois que a Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+) decidiu cortar sua produção em 2 milhões de barris diários.

No fechamento de sexta-feira, o petróleo WTI para entrega em novembro fechou em alta de 4,74% (US$ 4,19), a US$ 92,64 o barril na New York Mercantile Exchange (Nymex), acumulando uma alta semanal de 16,64%. Já o do tipo Brent (que serve de referência para o Brasil) para dezembro avançou 3,71% (US$ 3,50) a US$ 97,92 o barril na Intercontinental Exchange (ICE).

Na semana, a alta foi de 15,01%. De acordo com a Abicon, a gasolina também está com o preço defasado em relação ao do Golfo do México. Neste caso, a diferença chega a 9%, o que criaria a necessidade de um reajuste de R$ 0,32 por litro nas refinarias.

As últimas alterações de preços anunciadas pela Petrobras, agente dominante do mercado brasileiro, foram realizados há 18 dias, no caso do diesel, e há 36 dias, no caso da gasolina. Ambos foram de queda, de 4,07% e 4,8%, respectivamente.

Pressão política

Como revelou o Estadão, a direção da Petrobras tem sido pressionada a segurar os preços até o fim do 2º turno das eleições. Em nota, a empresa que “não existe uma referência única e percebida da mesma maneira por todos os agentes, sejam eles refinadores ou importadores”, e que “segue monitorando continuamente o mercado e os movimentos nas cotações de mercado do petróleo e dos derivados, que atualmente experimenta alta volatilidade”.

Em relatório, o analista Edward Moya, da Oanda, diz que a Opep+ “mostrou suas cartas e isso manterá os mercados do petróleo muito apertados à medida que nos aproximamos do inverno (no Hemisfério Norte)”. Para ele, o cartel “agora está esperando para ver qual será a reação dos líderes mundiais”. “Os riscos do petróleo de US$ 100 estão facilmente de volta à mesa e, se for um inverno frio, poderemos ver US$ 110 antes do fim do ano.”

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