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Importação de gás da Argentina pode abastecer o Brasil e reduzir a tarifa; veja o que está em jogo

Uma das possibilidades levantadas é trazer o insumo de Vaca Muerta por meio de uma rota que passa pelo Paraguai

Gás: ministro Silveira estimou que o preço do gás natural saiu da faixa dos US$ 10, em 2019, para quase US$ 16 em 2022 (Marcello Casal/Agência Brasil)

Gás: ministro Silveira estimou que o preço do gás natural saiu da faixa dos US$ 10, em 2019, para quase US$ 16 em 2022 (Marcello Casal/Agência Brasil)

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Publicado em 18 de abril de 2024 às 18h30.

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O Ministério de Minas e Energia apresentou nesta quarta-feira a estimativa de fornecimento de gás natural em 3 milhões de m³ por dia, se o Brasil fechar parceria para importar o combustível da reserva de Vaca Muerta, na Argentina. Hoje, a demanda de gás é de cerca de 100 milhões de m³ por dia.

O GLOBO mostrou que o governo de Luiz Inácio Lula da Silva estuda formas técnicas de fazer essa operação, visando o abastecimento das indústrias brasileiras.

"Estamos com discussões avançadas com a Argentina para recebermos gás da região de Vaca Muerta e inclusive estive com o presidente do Paraguai nesta semana para ampliar as rotas possíveis. Podem ser mais 3 milhões de m³ por dia vindo da Argentina", disse o ministro Alexandre Silveira, no evento Gas Week 2024, nesta quarta-feira.

Rota do gás

A possibilidade levantada pelo ministro é trazer gás argentino de Vaca Muerta por meio de uma rota que passa pelo Paraguai. Outra saída é usar a parte ociosa do Gasoduto Brasil-Bolívia (Gasbol) para trazer o gás argentino.

A proposta está ligada a premissa do governo de “integração energética” da América do Sul. Há duas frentes de atuação do MME: aumentar a oferta e viabilizar menor preço de gás. O gás doméstico ainda é considerado caro e insuficiente.

O ministro Silveira estimou que o preço do gás natural saiu da faixa dos US$ 10, em 2019, para quase US$ 16 em 2022.

Atualmente, ainda segundo levantamento do MME, a produção nacional de gás natural é de aproximadamente 140 milhões de m³/dia, enquanto a reinjeção (que evita a queima do gás) está a casa de 73 milhões de m³/dia.

Redução da tarifa

No médio e longo prazo, o ministro de Minas e Energia também falou da possibilidade de reduzir em US$ 7, ou 25%, o preço do gás natural no Brasil. Isso seria possível, segundo ele, a partir de uma nova regulação na atividade de escoamento e nas estações de tratamento.

Na conversa com jornalistas, ele detalha que o gás natural no Brasil sai da “boca do poço” (produtores) no preço de US$ 2,86 por milhão BTU (unidades térmicas britânicas).

Esse valor dá um salto para US$ 9,22 por milhão de BTU quando passa pelas unidades de escoamento e processamento de Gás Natural (UPGN). O preço da Petrobras para as distribuidoras é de US$ 12,08 por milhão de BTU.

"O gás no Brasil tem esse preço absurdo que nós identificamos. E nós queremos agora discutir como vamos trabalhar para que possa ter uma regulação moderna, segura no gasoduto do escoamento", disse.

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