(Adriano Machado/Reuters)
Da Redação
Publicado em 27 de julho de 2016 às 06h20.
Última atualização em 23 de junho de 2017 às 19h36.
A presidente afastada Dilma Rouseff deve entregar hoje suas alegações finais no processo de impeachment no Senado. Com isso, o impedimento entra na reta final. No dia 4 de agosto, o parecer do senador Antonio Anastasia sobre as pedaladas fiscais será votado. Em 9 de agosto, o plenário votará se as acusações procedem – a fase é chamada de “pronúncia do réu”.
Isso quer dizer que, em duas semanas, o destino de Dilma estará praticamente selado. A pronúncia servirá como um termômetro para o julgamento final cuja votação ocorre entre os dias 24 e 26 de agosto. Hoje, o advogado da presidente, José Eduardo Cardozo, tentará usar a seu favor o fato de que o Ministério Público Federal de Brasília arquivou uma investigação sobre as pedaladas por considerar que elas não aconteceram. Os outros argumentos – o pacote golpe – são mais do que conhecidos.
Para Dilma, a situação é difícil. Nem o próprio PT parece dedicado a evitar seu afastamento definitivo da presidência. A defesa tem sido cada vez mais protocolar, o que tende a piorar quando os petistas se dedicarem às eleições municipais. A campanha começa no dia 16.
Algum alento parece ter vindo da pesquisa divulgada pelo instituto Ipsos ontem. Segundo o levantamento, o índice de pessoas que apoiam o impeachment de Dilma caiu ao mesmo patamar de março de 2015, 48%. Além disso, 20% dos entrevistados preferem que ela volte para cumprir o mandato, enquanto 16% querem que Temer fique até 2018.
Nada disso deve afetar a decisão dos senadores. Calcula-se que 60 senadores votarão a favor do impedimento – são necessários 54 votos. Dilma planeja divulgar uma carta aos senadores nas vésperas da pronúncia. Acima de tudo, tenta defender sua biografia. Por via das dúvidas, a presidente já empacota e envia seus pertences a Porto Alegre, sua residência pessoal.