Consultoria Bites: ara aprovar o pedido de impedimento de Dilma, a oposição precisa de apenas 69 votos (REUTERS/Adriano Machado)
Valéria Bretas
Publicado em 7 de abril de 2016 às 14h57.
São Paulo – Para aprovar o pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT) na Câmara dos Deputados, a oposição precisará que dois terços dos 513 parlamentares da Casa votem pela abertura do processo.
Desses 342 votos necessários para encaminhar a decisão ao Senado, 273 já estão certos, diz a consultoria Bites.
O levantamento considera o que os parlamentares publicam em seus perfis nas redes sociais e o que eles afirmam em entrevistas. Em menos de um mês, o número de deputados federais que declaram apoiar o impeachment cresceu 24%.
Ainda assim, para aprovar o pedido de impedimento de Dilma, a oposição precisa de mais 69 votos.
Já no campo dos indecisos, a queda no período foi de quase 30%. Na primeira rodada da pesquisa realizada pela Bites, em 18 de março, 169 parlamentares ainda não tinham certeza sobre o afastamento da presidente. Agora, são 122.
“Essa variação pode ser explicada por dois motivos. O primeiro envolve o rompimento do PMDB no final de março e a movimentação de suplentes, que saíram da Câmara, e foram substituídos por deputados a favor do impeachment”, diz o relatório da consultoria.
Em exemplo dos que mudaram de lado, a Bites cita o caso do deputado Paulo Maluf (PP-SP).
“Antes ele estava contra e agora é um fiel defensor da saída de Dilma por acreditar que o governo está cometendo abusos na cooptação dos deputados", afirma o texto.
Para Dilma barrar a aprovação na Câmara, ela precisa de apenas 172 votos. Na contagem da consultoria, 118 formam a base de apoio a presidente – uma queda de 5% em relação ao primeiro levantamento.
Resumindo: 53% dos deputados estão a favor do impeachment, 23% querem que Dilma permaneça no poder e 24% ainda não se decidiram.
Veja a evolução do mapa dos votos nos gráficos abaixo.
O outro lado
Em paralelo, a consultoria Pulso Público diz que presidente Dilma não precisará recorrer nem mesmo a todos os votos possíveis dos principais partidos da sua base aliada.
“Hoje, as maiores chances são de que o governo conseguirá impedir o avanço do processo na Câmara dos Deputados”, diz a consultoria.
Veja a análise da Pulso Público.