Brasil

Impeachment de Witzel: autorização para abertura de processo é publicada

O pedido feito por representantes do PSDB teve 69 votos, dos 70 deputados. Agora, uma comissão especial deve ser montada

Witzel: governador do Rio é acusado de crime de responsabilidade (Fernando Frazão/Agência Brasil)

Witzel: governador do Rio é acusado de crime de responsabilidade (Fernando Frazão/Agência Brasil)

AO

Agência O Globo

Publicado em 15 de junho de 2020 às 11h43.

Última atualização em 15 de junho de 2020 às 11h45.

Sob a alegação de crime de responsabilidade, a autorização para abertura do processo de impeachment contra o governador Wilson Witzel foi publicada no Diário Oficial do estado, nos despachos do Poder Legislativo, nesta segunda-feira. No pedido, os deputados argumentam que o governador agiu com falta de probidade na administração pública e de modo incompatível com a dignidade, a honra e o decoro do cargo. A decisão ocorreu na quarta-feira passada, quando 69 dos 70 deputados estaduais presentes na sessão virtual foram unânimes ao votar a favor da abertura do processo, entre eles os quatro do PSC, partido de Witzel.

No ato 41/2020, publicado nesta segunda-feira, o presidente da Assembleia Legislativa, deputado André Ceciliano (PT), abre o prazo de 48 horas a cada um dos líderes de partidos para que indiquem um membro para a comissão especial que vai emitir parecer sobre a denúncia de crime de responsabilidade contra o governador pedido pelos deputados Luiz Paulo e Lucinha, ambos do PSDB. Treze outros foram arquivados. O ato, entretanto, não afasta o governador do cargo.

A decisão sobre a abertura de processo de impeachment cabe somente ao presidente da Alerj. No entanto, Ceciliano decidiu levar a questão ao plenário da Casa. O pleito pelo impeachment solicitado pelos deputados tucanos tem suspeitas de compra de respiradores no combate ao coronavírus com superfaturamento; construção dos hospitais de campanha, cuja licitação é investigada; e suposto vínculo do governador com o empresário Mário Peixoto, preso durante a "Operação Favorito" por suspeitas de participação na organização que superfaturou os contratos.

As fases do processo

Witzel terá até 10 sessões para se defender. A Comissão Especial tem 48 horas para, entre os líderes indicados, escolher o relator e o presidente. O grupo deverá emitir parecer sobre a admissibilidade da denúncia em até cinco sessões a partir do recebimento dos argumentos da defesa – o prazo aumenta para 10 sessões caso a defesa não se manifeste. Depois, o parecer da comissão é lido no plenário e incluído na votação da Ordem do dia. A partir daí, os deputados discutirão e questionarão o relator, que deve responder às perguntas – essa discussão pode durar até 2 dias. Em seguida, os deputados discutem e questionam relator.

Ao fim da discussão é aberta a votação nominal. Depois os parlamentares votam se recebem ou não a denúncia, por maioria absoluta, já que são necessários 36 votos. Caso a denúncia seja aprovada, o governador é afastado, e o Tribunal de Justiça cria um tribunal misto, formado por juízes e deputados, para decidir.

Acompanhe tudo sobre:ImpeachmentRio de JaneiroWilson Witzel

Mais de Brasil

Após 99, Uber volta a oferecer serviço de mototáxi em SP

Após prever reforma ministerial até dia 21, Rui Costa diz que Lula ainda começará conversas

Fuvest antecipa divulgação da lista de aprovados na 1ª chamada do vestibular para esta quarta

Governo Lula se preocupa com o tom usado por Trump, mas adota cautela e aguarda ações práticas