Antônio Imbassahy: o ministro avalia trocar de legenda, já que não tem garantia de disputar a vaga pelo PSDB (Viola Junior/Agência Câmara)
Estadão Conteúdo
Publicado em 25 de setembro de 2017 às 09h16.
Brasília - A prisão do ex-ministro Geddel Vieira Lima abriu uma brecha para a aproximação entre o PMDB, do presidente Michel Temer, e o ministro tucano Antônio Imbassahy (BA), da Secretaria de Governo. Criticado por integrantes da base governista e até xingado, Imbassahy está sendo visto como uma possibilidade do partido para concorrer ao Senado em 2018. O ministro avalia trocar de legenda, já que não tem garantia de disputar a vaga pelo PSDB.
O titular da Secretaria de Governo foi sondado por diferentes partidos - PTB, PRB, PPS - e flertou com o DEM, ao qual era filiado quando comandou o governo da Bahia e a prefeitura de Salvador. Agora, no entanto, pode se tornar, com aval de Temer, o homem do Planalto a ajudar a reerguer o PMDB na Bahia e preencher o vácuo de poder deixado pelo clã Vieira Lima.
"Imbassahy começou a voltar os olhos para o PMDB. Ele pensa que com Michel e (o senador Romero) Jucá (presidente nacional do PMDB) consegue vencer a resistência de Lúcio (Vieira Lima)", disse o deputado Benito Gama, presidente do PTB na Bahia e um dos que convidaram o ministro. "Ele não avançaria nisso sem anuência do Michel."
Geddel presidia o diretório estadual e secretariava o diretório nacional, mas pediu afastamento por 60 dias após a Polícia Federal apreender R$ 51 milhões em apartamento em Salvador. Nos maços de dinheiro, segundo a PF, havia digitais do ex-ministro. Seu irmão, o deputado Lúcio Vieira Lima (PMDB-BA), desconversa sobre a possibilidade de filiação do ministro. "Não estou à frente desse assunto. Não gostaria de emitir opinião e ser desautorizado."
O deputado estadual Pedro Tavares assumiu o PMDB-BA e pretende se reunir nesta semana em Brasília com Imbassahy. O ministro também deve conversar com o prefeito Herzem Gusmão, de Vitória da Conquista, cidade mais importante governada pelo partido no Estado. O prefeito, entretanto, tem dito que não há "nenhuma garantia" para o ministro de ter a vaga caso vá para o PMDB.
Imbassahy não nega a possibilidade de deixar o PSDB, mas sustenta que não fez nenhum movimento nesse sentido: "Não tem por que sair agora".
Os planos do ministro de se candidatar ao Senado pelo PSDB esbarram, porém, no deputado Jutahy Junior (BA), que não abre mão de ser o indicado na chapa costurada pelo prefeito de Salvador, ACM Neto (DEM), pré-candidato ao governo baiano. Antes, Geddel era o nome do PMDB ao Senado.
Discreto, Imbassahy faz parte círculo íntimo de Temer. Ganhou o presidente pela lealdade ao afrontar o PSDB e o presidente interino, senador Tasso Jereissati (CE), no episódio do programa de TV que criticava indiretamente o governo.
Para barrar a denúncia contra Temer por corrupção passiva, negociou emendas no plenário da Câmara. Virou, no entanto, malquisto na própria bancada, que o critica por não ouvir demandas do partido. A leitura entre os tucanos é a de que Imbassahy deixou de ser um homem do PSDB no governo para ser o governo dentro do PSDB. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.