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Ilegal, greve dos petroleiros lança país em nova incerteza

Para a população, a dúvida é se a greve voltará a afetar o abastecimento de combustíveis que vinha sendo normalizado a partir de ontem

REFINARIA EM CUBATÃO: petroleiros afirmam que estoques elevados não devem prejudicar o abastecimento  / Paulo Whitaker/ Reuters (Paulo Whitaker/Reuters)

REFINARIA EM CUBATÃO: petroleiros afirmam que estoques elevados não devem prejudicar o abastecimento / Paulo Whitaker/ Reuters (Paulo Whitaker/Reuters)

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EXAME Hoje

Publicado em 30 de maio de 2018 às 06h13.

Última atualização em 30 de maio de 2018 às 09h45.

Começou à meia-noite desta quarta-feira a greve nacional de petroleiros, organizada pela Federação Única dos Petroleiros (FUP). A entidade convocou uma paralisação da classe para reivindicar a redução do preço dos combustíveis e a saída do presidente da Petrobras, Pedro Parente. Segundo o líder do movimento e coordenador-geral da FUP, José Maria Rangel, serão 72 horas de braços cruzados.

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O grupo ignorou a decisão do Tribunal Superior do Trabalho (TST), que considera a greve ilegal. A ministra Maria de Assis Calsing afirma que a paralisação é irregular, pois “trata-se, a toda evidência, de greve de caráter político”. “Não há pauta de reivindicações que trate das condições de trabalho dos empregados da Petrobras, até porque não se vislumbra a proximidade da data-base da categoria”, diz a decisão. A multa fixada é de 500.000 reais por dia.

Calsing atendeu a pedido de bloqueio do movimento feito pela Advocacia-Geral da União e pela Petrobras, dizendo que saem em defesa dos “enormes prejuízos à sociedade” em momento que se restabelecem os serviços comprometidos pela greve dos caminhoneiros. “Quero lamentar a decisão da Justiça, porque tomam uma posição sem ouvir o outro lado”, disse em assembleia José Maria Rangel. “O fato do Pedro Parente estar destruindo a Petrobras é uma decisão política. Queriam que víssemos o desmonte que a empresa está sofrendo quietos?”

Também em seu discurso, Rangel fez referência à greve dos petroleiros de 1995. Em maio daquele ano, os representantes de movimentos sociais se posicionaram contra a quebra dos monopólios do petróleo e das telecomunicações no Brasil. Até hoje, acreditam que foi graças à manutenção da greve pelos petroleiros que o destino da Petrobras foi diferente da Telebras. O episódio é tido como “histórico”, por ter “salvo” a estatal. Mais de 20 anos depois, veem em Parente o privatista que ameaça a empresa novamente.

Para a população, a dúvida é se a greve voltará a afetar o abastecimento de combustíveis que vinha sendo normalizado a partir de ontem. A FUP afirma que o estoque das refinarias está elevado, e descartou esse risco. Seja como for, a quarta-feira será de filas nos postos de todo o país na véspera do feriado.

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