Mais de 700 imigrantes em Brasileia, no Acre, receberam o governador Tião Viana durante transferência do abrigo (Sérgio Vale/Secom/AC/Divulgação)
Da Redação
Publicado em 23 de novembro de 2015 às 10h03.
Última atualização em 2 de agosto de 2017 às 12h24.
São Paulo – Segundo o estudo do Ipea em parceria com o Ministério da Justiça, a principal barreira de integração que imigrantes enfrentam na chegada ao Brasil não é acesso a emprego, moradia ou trabalho, mas, sim, o idioma.
De acordo com a pesquisa “Migrantes, Apátridas e Refugiados”, cerca de 16,8% dos recém-chegados ao país apontaram a língua como a barreira à compreensão das instituições públicas. O índice vale tanto para o fato de o próprio imigrante não saber o português, quanto os serviços de atendimento e recepção brasileiros não terem o domínio de outros idiomas.
A falta de comunicação é o principal ponto que mostra a necessidade de uma mudança dos processos de recepção, junto com uma padronização de processos. “É preciso uma reavaliação integral da acolhida e proteção aos imigrantes no país para que a mesma seja pautada pelos direitos humanos”, diz o texto.
De acordo com o estudo, o fato de cada tipo de imigrante ter um diferente processo de integração de acordo com sua classificação (refugiado, apátrida, entre outros) torna difícil a compreensão de qual a via que os estrangeiros devem requisitar para entrar no país.
Um exemplo é que boa parte dá entrada nos pedidos de refúgio sem ser propriamente um refugiado. A documentação (14,2%) e a informação (9,4%) são outras duas dificuldades bastante citadas por imigrantes.
Essa confusão faz com que o protocolo de pedido de refúgio seja o documento mais difícil de se conseguir. São mencionados também o Cartão do SUS e o RNE (Registro Nacional de Estrangeiros). Para flexibilizar a emissão dos documentos, os entrevistados sugeriram também que as taxas fossem reduzidas.
Veja abaixo no gráfico que processos precisam ser melhorados para receber de forma adequada os imigrantes.