Funcionários da Aeronáutica retiram partes do avião que caiu em Santos (Paulo Whitaker)
Da Redação
Publicado em 13 de agosto de 2014 às 22h44.
São Paulo - A identificação das sete vítimas do avião que caiu nesta quarta-feira em Santos, entre elas o candidato presidencial Eduardo Campos, terá que ser realizada por exames de DNA.
O delegado responsável pelas investigações, Aldo Galeano, disse a jornalistas que os restos mortais das vítimas foram transferidos ao Instituto Médico Legal (IML) de São Paulo para passar por testes genéticos que permitirão a identificação de Campos, seus quatro acompanhantes e os dois tripulantes.
O avião Cessna 560XL transportava Campos e sua comitiva do Rio de Janeiro, onde havia cumprido agenda política na terça-feira, até Guarujá, no litoral paulista, onde tinha compromissos de campanha.
Segundo Galeano, a chuva e o vento em Guarujá impediram o avião de aterrissar e a torre de controle pediu que sobrevoasse a região, motivo pelo qual o piloto decidiu dar uma volta sobre a vizinha cidade de Santos para esperar que melhorassem as condições meteorológicas.
"O que supomos é que o piloto buscou uma área isolada, perto de uma piscina, uma área bastante aberta para forçar a aterrissagem, mas o avião explodiu", comentou Galeano, para quem uma das questões a resolver é se a explosão da aeronave aconteceu no ar ou com o impacto.
Gaelano comandou também as investigações da Polícia Civil de São Paulo após o acidente do avião da TAM em julho de 2007, no aeroporto de Congonhas, no qual morreram 199 pessoas.
O chefe policial indicou que partes dos destroços do avião serão analisadas em São Paulo e as turbinas foram levadas à vizinha São José dos Campos, onde opera o maior centro tecnológico aeronáutico do país.
Os primeiros resultados das investigações, segundo Galeano, demorarão entre 30 e 40 dias.
Por sua vez, o chefe do Corpo de Bombeiros de Santos, Marcos Palumbo, declarou à Agência Efe que, apesar das chuvas, os trabalhos de busca de corpos e destroços da aeronave continuavam.
Já a Força Aérea Brasileira (FAB) anunciou que encontrou o sistema de gravação de voz da aeronave, uma espécie de caixa-preta nesse tipo de aviões, na qual estão registradas as comunicações entre o piloto, copiloto e a torre de controle.
Além de Campos, também morreram seu fotógrafo Alexandre Severo, o cinegrafista Marcelo Lyra, o assistente e ex-deputado Pedro Valadares Neto, o assessor de imprensa Carlos Percol, o piloto Marcos Martins e o copiloto Geraldo Cunha.
Campos, de 49 anos, será enterrado ao lado de seu avô Miguel Arraes, reconhecido líder de esquerda no estado de Pernambuco, que morreu em 13 de agosto de 2005, exatamente nove anos antes que seu neto.
A data do funeral em Recife ainda não foi ainda definida, segundo informou a jornalistas seu irmão Antonio Campos. EFE