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IBGE: tarifas de ônibus devem pressionar IPCA de janeiro

Segundo o IBGE, reajustes neste tipo de serviço já são conhecidos e devem contribuir para elevar a taxa do indicador

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Da Redação

Publicado em 7 de janeiro de 2011 às 11h48.

São Paulo - Os aumentos em tarifas de ônibus devem pressionar o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de janeiro, afirmou a coordenadora de Índices de Preços do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Eulina Nunes. Segundo ela, os reajustes neste tipo de serviço já são conhecidos e devem contribuir para elevar a taxa do indicador no primeiro mês deste ano.

Entre os exemplos citados por Eulina, estão os aumentos nas tarifas de ônibus urbano em Belo Horizonte, que subiu 6,5% a partir de 29 de dezembro; em São Paulo, que avançou 11,10% a partir de 5 de janeiro; e Salvador, que subiu 8,70% a partir de 2 de janeiro. Além de ônibus urbano, a especialista lembrou que houve um reajuste de 5,63% em ônibus intermunicipal no Rio de Janeiro em 2 de janeiro - o que também deve ter influência no IPCA deste mês.

Preços administrados

Na avaliação de Eulina, a inflação dos preços administrados contribuiu para "segurar" o avanço do IPCA de 2010. Segundo ela, a contribuição dos preços administrados ou monitorados no IPCA recuou de 1,07 ponto porcentual no índice de 2009 para 0,76 ponto porcentual no IPCA de 2010.

A técnica avaliou que, desde 2002, as influências dos gêneros alimentícios e de não alimentícios na taxa anual do IPCA têm se modificado paulatinamente. Os preços dos alimentos começaram a subir de forma mais intensa, prejudicados por problemas climáticos que reduziram a oferta, além de um gradual aumento na demanda. Ao mesmo tempo, os não alimentícios que, antes de 2002 foram considerados os vilões da inflação no varejo, agora se posicionam com taxas menos intensas de elevação, e ajudam a conter o avanço da taxa do IPCA.

Eulina lembrou que, de 2009 para 2010, a taxa de aumento dos preços dos produtos alimentícios subiu de 3,18% para 10,39%. No mesmo período, a inflação dos não alimentícios recuou de 4,65% para 4,61%. Ela afirmou que os não alimentícios chegaram a subir 10,52% em 2002. "Os não alimentícios têm se posicionado nos últimos três anos nesta faixa em torno de 4%. Em 2008, eles subiram 4,46%. É diferente do que está ocorrendo com os preços dos alimentos", disse, lembrando que a inflação dos gêneros alimentícios tem subido nos últimos dois anos.

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