O instituto pediu ao STF que analise adiar a pesquisa populacional para o ano que vem (Licia Rubinstein/Agência Brasil)
Reuters
Publicado em 10 de maio de 2021 às 19h58.
Última atualização em 10 de maio de 2021 às 19h59.
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) afirmou em manifestação ao Supremo Tribunal Federal (STF) que a realização do Censo de 2021 depende do avanço da vacinação contra Covid-19 e pediu à Corte que analise adiar a pesquisa populacional para o próximo ano.
O plenário virtual do Supremo começou a analisar se confirma uma liminar dada pelo ministro Marco Aurélio Mello no final de abril que determinou ao governo federal que adote providências para a realização do Censo neste ano, após o Ministério da Economia alegar que a pesquisa populacional estava cancelada devido a cortes orçamentários.
Em manifestação ao STF, o IBGE listou uma série de aspectos a serem avaliados para se manter o Censo neste ano, como a revisão do cronograma e a disponibilidade orçamentária. Além disso, deu destaque para a pandemia de Covid-19.
"Além dos aspectos acima registrados, há que ser considerada também a evolução da pandemia, vez que a permanência em níveis altos nos meses de junho e julho impedirá a realização da aplicação das provas dos processos seletivos, como já ocorreu no mês de abril, e também a necessidade de imunização das equipes de campo com pelo menos dois a três meses e meio de antecedência da data de início da coleta, dependendo da vacina", disse o instituto.
O órgão destacou que "dados os aspectos negativos" apontados para se realizar o Censo neste ano, alternativas para se realizar a pesquisa no próximo ano devem ser consideradas.
O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou que a decisão de não alocar recursos para o Censo no Orçamento foi do Congresso e estaria relacionada à pandemia da Covid-19, que dificultaria o trabalho em campo de pesquisadores do IBGE.
Após o Congresso aprovar o Orçamento, no final de março, reduzindo de 2 bilhões de reais para 72 milhões de reais a previsão de despesas com o Censo, a então presidente do IBGE, Susana Guerra, pediu demissão do cargo, citando motivos pessoais.