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Ibama recomenda manter veto à exploração da Foz do Rio Amazonas e cobra Petrobras

Técnicos da instituição ambiental querem mais detalhes sobre como a petroleira irá proteger a fauna e flora locais

 (gustavofrazao/Thinkstock)

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Publicado em 30 de outubro de 2024 às 07h16.

Última atualização em 30 de outubro de 2024 às 08h37.

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Uma equipe de 26 técnicos do Ibama enviou ao presidente do órgão ambiental, Rodrigo Agostinho, um parecer recomendando que o veto à perfuração de um poço no bloco FZA-M-59, na Bacia da Foz do Rio Amazonas, na Margem Equatorial, seja mantido. A informação foi divulgada em uma nota à imprensa.

De acordo com os documentos acessados pela Agência Reuters, os 26 técnicos recomendaram que Agostinho indefira o pedido de exploração feito pela petroleira, argumentando que a empresa estatal não apresentou "alternativa viável que mitigue, satisfatoriamente, a perda de biodiversidade, no caso de um acidente com vazamento de óleo". Nessa decisão, os técnicos do Instituto solicitaram mais detalhes sobre a adequação integral do plano ao Manual de Boas Práticas de Manejo de Fauna Atingida por Óleo, como a presença de veterinários nas embarcações e quantitativo de helicópteros para atendimento de emergências.

Com a recomendação negativa, no último dia 25 deste mês, o Ibama enviou à Petrobras um ofício solicitando esclarecimentos e complementações sobre o Plano de Proteção e Atendimento à Fauna Oleada (PPAF) no local para dar continuidade da análise do licenciamento, pois o presidente do Ibama afirmou em seu ofício que os avanços apresentados pela Petrobras na elaboração do PPAF "permitem o prosseguimento das discussões entre o empreendedor e Ibama", e acrescentou que a estatal precisa apresentar os "esclarecimentos necessários".

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Considerado um possível “novo pré-sal”, a margem equatorial brasileira é uma região geográfica que se estende da foz do rio Oiapoque ao litoral norte do Rio Grande do Norte, abrangendo as bacias hidrográficas da foz do rio Amazonas.

A exploração da região, que inclui áreas marítimas localizadas a cerca de 550 quilômetros da foz do rio Amazonas, sofre forte oposição de grupos ambientalistas, midiáticos e internacionais que questionam a expansão da exploração de hidrocarbonetos, apontados como os principais responsáveis pelo aquecimento da terra.

Outra crítica de ambientalistas é para os riscos de um derramamento de óleo na costa brasileira do Norte e Nordeste. Em maio de 2023, a Petrobras teve o pedido para pesquisar próximo à costa do Amapá rejeitado pelo Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), que pediu mais dados sobre os possíveis impactos ambientais de um desastre naquela região.

A petroleira então apresentou recurso ao órgão ambiental com mais informações. Em agosto de 2023, a Advocacia-Geral da União (AGU) afirmou que um dos principais estudos solicitados - o da Avaliação Ambiental de Área Sedimentar (AAAS) - não precisa ser feito, uma vez que a área já foi leiloada.

Por enquanto, a Petrobras está explorando um poço no Rio Grande do Norte e aguarda mais autorizações para realizar estudos em outros blocos. A gerente de licenciamento e meio ambiente da Petrobras, Daniele Lomba, defendeu que a empresa tem condições de proteger a fauna e a flora da região e que é preciso investir em comunicação para fazer esse debate com a sociedade.

Para o gerente de exploração da estatal, Jonilton Pessoa, o histórico da empresa comprova que ela opera com a máxima segurança. “Somos referência mundial em águas profundas e ultra profundas. Operando com foco intensivo na segurança, já perfuramos mais de 3 mil poços em águas profundas, sem acidentes com pessoas ou dando ao meio ambiente.”

*Com informações de Agência Brasil

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