Dengue: declarações foram dadas em entrevista após reunião com a presidente Dilma (Arquivo/Agência Brasil)
Da Redação
Publicado em 25 de janeiro de 2016 às 21h28.
São Paulo - Após falar na última sexta-feira, dia 22, que o Brasil "perdeu feio" a batalha contra o mosquito Aedes aegypti, o ministro da Saúde, Marcelo Castro, afirmou hoje, 25, que houve uma "certa contemporização" com o inseto nos últimos 30 anos no Brasil. Ele não atribuiu, contudo, a culpa a pessoas ou governos específicos.
"Nós temos 30 anos de convivência com o Aedes aegypti aqui no Brasil. Disse e vou repetir, sem querer culpar ninguém: acho que houve uma certa contemporização com o mosquito. Mas agora a situação é completamente diferente. Além da dengue, o mosquito está transmitindo chikungunya e zika (causadora da microcefalia)", afirmou.
As declarações foram dadas em entrevista após reunião com a presidente Dilma Rousseff no Palácio do Planalto. Questionado se levou puxões de orelha de Dilma por conta das declarações polêmicas que vem dando sobre o assunto, Castro disse que não. Segundo ele, a presidente está tão preocupada quanto ele em relação ao mosquito.
"A situação é grave, a situação é gravíssima. E nossa obrigação como agente público é dizer, sem meias palavras, com todo a transparência, o que está acontecendo", afirmou. Ele defendeu que, diante da falta de vacinas e de remédios para o combate às doenças causadas pelo mosquito, o foco tem de ser no combate ao inseto, considerado o "inimigo número um" do País.
Planos
O ministro anunciou que o governo brasileiro vai distribuir repelentes para aproximadamente 400 mil mulheres grávidas que fazem parte do cadastro no Bolsa Família. Segundo ele, nesta quarta-feira, dia 27, ele terá encontro com representantes de distribuidores de repelentes, para verificar quantos produtos estão disponíveis para compra e distribuição pelo governo.
Marcelo Castro também informou que, na próxima sexta-feira, dia 29, a presidente Dilma estará na Sala Nacional de Coordenação e Controle do Plano de Enfrentamento à Microcefalia, em que participará de reunião, por videoconferência, com governadores de todos os Estados brasileiros e representantes das Forças Armadas, para discutir ações de enfrentamento ao mosquito.
O ministro afirmou que o governo federal deve propor às administrações estaduais e municipais a adoção de medidas bem sucedidas contra o inseto adotadas por algumas cidades. Uma delas será o programa de monitoramento em tempo real do trabalho de agentes adotado no Estado de Goiás. Segundo ele, técnicos do ministério estão em Goiânia para apresentar a usar os equipamentos e implantar em todos os Estados.
Castro anunciou ainda que, no próximo dia 13 de fevereiro, cerca de 220 mil homens do Exército, Marinha e Aeronáutica deverão fazer uma mobilização nacional, por meio de visitas a residências, para orientar a população e chamar as pessoas para o combate ao mosquito. "Se a sociedade não chamar para si a responsabilidade, nós não seremos vitoriosos", disse.