Brasil

Hospitais usam até garrafa PET na descarga

Finalidade é reduzir o consumo e conviver com a crise hídrica


	Hospital Samaritano: mudanças promoveram queda de 57% no consumo de água no mês de outubro
 (Divulgação / Assessoria de imprensa do Hospital Samaritano)

Hospital Samaritano: mudanças promoveram queda de 57% no consumo de água no mês de outubro (Divulgação / Assessoria de imprensa do Hospital Samaritano)

DR

Da Redação

Publicado em 18 de novembro de 2014 às 07h16.

São Paulo - Obras na parte hidráulica, reutilização de água e técnicas simples de economia, como o uso de garrafas PET para diminuir a utilização da descarga em bacias sanitárias, estão entre as técnicas adotadas pelos hospitais para reduzir o consumo e conviver com a crise hídrica.

Algumas iniciativas já faziam parte das medidas de sustentabilidade das unidades, mas começaram a ser intensificadas neste ano.

Desde janeiro, o Hospital Samaritano está em obras. A modernização de 150 leitos incluiu a reforma da parte hidráulica, com a instalação de torneiras e chuveiros mais econômicos.

Outra aposta foi a colocação, em abril, de garrafas PET preenchidas com pedras dentro da caixa acoplada de aproximadamente 300 bacias sanitárias - em áreas comuns e nos vestiários do hospital.

"A caixa tem um sistema de descarte de água de três ou seis litros. A garrafa com pedras ocupa o espaço da água e o gasto cai em um litro e meio", explica Gizele Ivanoff, gerente de engenharia do hospital.

"Com essas mudanças, tivemos uma queda de 57% no consumo de água no mês de outubro, em relação ao ano passado."

A lavanderia do Hospital São Camilo já mantinha um sistema de tratamento e reutilização da água usada nas lavagens. Desde agosto deste ano, a economia de água passou de 40% para 60%.

"Nós aumentamos o período (de funcionamento) da estação de tratamento, que era até as 16 horas, para até as 19 horas", diz a gerente da lavanderia, Maria Aparecida Mastroantonio. Por mês, são lavadas 180 toneladas de roupas e a gerente calcula economia de 2.100 m³.

Conscientização

Desde abril, o Hospital Alvorada começou a trabalhar com uma campanha de conscientização de forma mais intensa. "O hospital também investe no monitoramento e na manutenção de toda a parte hidráulica para evitar vazamentos. Desde a instalação das torneiras com redutor de vazão, em 2012, conseguimos reduzir em 30% o consumo de água. Com as campanhas de conscientização, a economia chegou a mais 8%", explica Luiz Cervone, diretor médico da unidade.

O uso racional já era uma medida adotada pelo Hospital do Coração (HCor) há, ao menos, três anos, segundo o gerente de engenharia hospitalar Gleiner Ambrósio.

"Em 2014, há uma preocupação em relação ao planejamento das obras de reforma, manutenção com visão voltada para economia de água e equipamentos com o mínimo de consumo", afirma.

No Complexo Hospitalar Edmundo Vasconcelos, as ações também foram intensificadas. "Reforçamos o processo de reúso nos setores de hemodiálise e Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Adulto, instalado em 2008. Depois de um processo de tratamento feito dentro do hospital, parte dessa água vai para as torneiras dos jardins e de lavagem das fachadas e calçadas", diz Alexandre Abdo Agamme, gerente de instalações hospitalares da unidade.

Ações oficiais

Em nota, a Secretaria Estadual da Saúde informou que mantém ações de incentivo ao uso consciente da água, como o prêmio "Hospital Amigo do Meio Ambiente", realizado desde 2008.

Também por nota, a Secretaria Municipal da Saúde disse que realiza um trabalho de conscientização para evitar o desperdício. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Acompanhe tudo sobre:ÁguaCrises em empresasEstado de São PauloHospitais

Mais de Brasil

PF convoca Mauro Cid a prestar novo depoimento na terça-feira

Justiça argentina ordena prisão de 61 brasileiros investigados por atos de 8 de janeiro

Ajuste fiscal não será 'serra elétrica' em gastos, diz Padilha

G20: Argentina quer impedir menção à proposta de taxação aos super-ricos em declaração final