Fórum Nacional de Governadores alertou para o risco de "um colapso dentro do colapso" pela falta desses remédios (Amanda Perobelli/Reuters)
Estadão Conteúdo
Publicado em 26 de março de 2021 às 13h12.
Última atualização em 26 de março de 2021 às 15h35.
Com medicamentos em falta, hospitais privados de São Paulo pretendem fazer uma compra coletiva de kits de intubação para atender pacientes com a covid-19. Os medicamentos devem ser importados por meio de um consórcio formado pelos hospitais particulares do estado. Medicamentos como analgésicos e bloqueadores neuromusculares estão em falta em todo o país, o que compromete o atendimento de pacientes já internados com a covid-19.
O Fórum Nacional de Governadores alertou para o risco de "um colapso dentro do colapso" pela falta desses remédios. De acordo com documento do fórum, 18 estados relatam a escassez, por exemplo, de bloqueadores neuromusculares, usados para a intubação de pacientes nas Unidades de Terapia Intensiva (UTIs).
Na sexta-feira, dia 19, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) publicou quatro medidas para evitar o desabastecimento de medicamentos. Uma delas simplifica os processos de importação de dispositivos médicos e de medicamentos prioritários para o uso em serviços de saúde, mesmo que não regularizados no país, em caráter excepcional e temporário por órgãos e entidades públicas e privadas.
Agora, o Sindicato dos Hospitais, Clínicas e Laboratórios do Estado de São Paulo (SindHosp) quer orientar a formação de um consórcio entre os hospitais particulares de São Paulo para coletar pedidos e fazer uma compra coletiva, o que, segundo o sindicato, daria melhores condições de negociação e preço com os fornecedores internacionais. Segundo o SindHosp, hospitais de pequeno porte não têm expertise de importação.
Nesta quinta-feira, 25, a Associação Nacional de Hospitais Privados (Anahp) alertou para o risco de que a falta de remédios impeça o atendimento de pacientes. Segundo a Anahp, os medicamentos para intubação podem faltar em um prazo de três a quatro dias. Os medicamentos também estão escassos na rede pública.
A Secretaria da Saúde paulista informou na terça-feira, 23, que o estoque de medicamentos usados para a intubação de pacientes é suficiente para "uma semana para os hospitais públicos que atendem casos de covid-19" no estado. No Distrito Federal, as prateleiras de 26 medicamentos para pacientes de covid estão vazias. Esses fármacos são usados em processos de intubação de pacientes na UTI.