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“Hora da virada” vs. “já ganhou”: a reta final das campanhas

Datafolha de ontem reforçou esperança de Haddad em uma improvável virada; Bolsonaro deve voltar a endurecer o discurso

HADDAD NO RIO, NA TERÇA-FEIRA: petista vai hoje à Bahia; no sábado, encerra a campanha em São Paulo  / REUTERS/Ricardo Moraes

HADDAD NO RIO, NA TERÇA-FEIRA: petista vai hoje à Bahia; no sábado, encerra a campanha em São Paulo / REUTERS/Ricardo Moraes

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Da Redação

Publicado em 26 de outubro de 2018 às 06h41.

Última atualização em 26 de outubro de 2018 às 07h09.

A dois dias do segundo turno, as campanhas de Jair Bolsonaro (PSL) e de Fernando Haddad (PT) reforçam suas estratégias. Nos últimos dias, o capitão reformado do Exército havia adotado um tom mais moderado e vinha se dedicando a evitar fornecer mais fogo amigo aos adversários, mas deve voltar a endurecer seu discurso em resposta à pesquisa Datafolha divulgada na noite de quinta-feira, 25.

No levantamento, o candidato do PSL aparece com 56% das intenções de votos válidos, três pontos a menos em relação à última sondagem. Já Haddad ganhou três pontos e agora está com 44% nas intenções de votos válidos.

O avanço de Haddad ajuda na narrativa da #horadavirada, hashtag que esteve entre as mais populares do Twitter no Brasil ao longo de toda quinta-feira. A militância petista e os antibolsonaristas colocam todas as suas fichas no movimento. Olham especialmente para números como os da cidade de São Paulo, onde Haddad e Bolsonaro estão tecnicamente empatados, com 51% e 49%, respectivamente, de acordo com pesquisa Ibope divulgada na quarta-feira, 24.

Uma das hipóteses para o pior desempenho de Bolsonaro na capital paulista é a alta rejeição do candidato ao governo de São Paulo João Doria, que tenta colar sua imagem à do presidenciável do PSL. A situação, portanto, tem mais a ver com a alta rejeição de Doria em São Paulo, por ter abandonado a prefeitura da cidade para voos mais altos na política, do que um apoio explícito a Haddad. Mas o recuo nas intenções de votos em Bolsonaro entre os jovens de até 24 anos e entre os evangélicos também dá uma leve esperança à campanha petista.

Para Fernando Schuler, cientista político e professor do Insper, era esperaado que houvesse uma recuperação do petista na reta final. “A campanha de Haddad teve dificuldade para acertar o tom no segundo turno, afinal precisava conquistar mais de 20 pontos para elegê-lo presidente”, afirma o especialista, referindo-se ao resultado das urnas no primeiro turno, quando Haddad contabilizou 29% dos votos.

Nesta sexta-feira, Haddad estará em campanha na Bahia e retorna para São Paulo no sábado. Ainda recluso em sua casa no Rio de Janeiro, Bolsonaro deve voltar a atacar o PT no Twitter – exatamente como fez horas depois da divulgação do Datafolha. Ontem, ele pediu a seus eleitores que evitem provocações e que devem tentar “arranjar” mais votos até domingo.

A guerra das narrativas chega aos seus momentos finais.

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