Apesar de a queda na capital já ter alcançado 80,2% desde 1999, os bairros mais violentos da cidade continuam sendo os mesmos da época da epidemia de homicídios (Stock.Xchange)
Da Redação
Publicado em 27 de janeiro de 2012 às 08h28.
São Paulo - Sucesso no combate aos crimes violentos contra a pessoa e dificuldades para a reduzir os crimes contra o patrimônio. A tendência seguida ao longo da última década pelo Estado de São Paulo se repetiu no ano passado, como apontam os números divulgados ontem pela Secretaria de Segurança Pública. Os homicídios continuam caindo em São Paulo, enquanto os casos de latrocínio (roubos seguidos de morte), furtos e roubos permanecem em elevação.
Em 2011, o Estado de São Paulo registrou 4.189 homicídios, 132 a menos do que em 2010. Com o resultado, o Estado já acumula queda de 72% em 12 anos, passando de 35 homicídios por 100 mil habitantes para 10 homicídios por 100 mil. Foram 12.818 assassinatos em 1999. A queda foi puxada pela capital, que registrou no ano passado 1.023 homicídios e chegou à taxa de 9 casos por 100 mil.
A mesma eficiência das polícias não se repete nos casos de crimes contra o patrimônio. Os latrocínios, por exemplo, cresceram 20,9% em relação ao ano anterior, chegando aos 306 casos. É o resultado mais alto desde 2006.
Já os roubos, que no ano passado tiveram 235.498 ocorrências, registraram a terceira maior marca desde o começo da década passada. Em comparação aos 219.654 casos de 1999, registraram 7% de crescimento no ano passado.
Os furtos foram os crimes contra o patrimônio que mais cresceram. Passaram de 390.144, em 1999, para 540.676, no ano passado - um aumento de 39%. O crescimento dos furtos em relação ao mesmo período do ano anterior foi de 6%.
Após registrarem quedas de 28% entre 1999 e 2008, furtos e roubos de veículos passaram de 221.774 casos para 159.124. E voltaram a crescer nos últimos três anos, quando acumularam alta de 16%.
Em relação a 2010, os roubos de veículos aumentaram 15,4% e os furtos, 4,2%. No ano passado, 184.280 carros foram furtados ou roubados.
Combate
Para o delegado-geral da Polícia Civil, Marcos Carneiro de Lima, os crimes contra o patrimônio vão receber atenção especial da secretaria. Ele afirmou que uma delegacia especial no Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) ficou encarregada de investigar latrocínios.
As delegacias territoriais e especializadas, segundo Carneiro, também vão se voltar para investigações que envolvam roubos contra residência, comércio e carros. "São nesses tipos de crime que os riscos de uma morte ocorrer durante o assalto são mais altos. Combatendo esses casos, é possível diminuir o total de latrocínios", disse.
Entre os motivos para a queda dos homicídios, Carneiro citou a expertise do quadro de delegados do DHPP e a atuação mais efetiva da Polícia Militar. No balanço divulgado ontem, a PM mostrou aumento em diversas ações, como combate ao tráfico de drogas, apreensão de armas e prisões em flagrante. Foram 132.719 prisões em flagrante no ano passado, 12,5% mais do que no ano anterior. Hoje, o Estado tem 179.023 presas, 80% acima dos 99.561 vagas do sistema.
Capital
Apesar de a queda na capital já ter alcançado 80,2% desde 1999, os bairros mais violentos da cidade continuam sendo os mesmos da época da epidemia de homicídios. Os distritos policiais que mais registraram assassinatos foram os do Parque Santo Antônio, Campo Limpo e Capão Redondo, Jardim Miriam e Parelheiros. Todos ficam na zona sul. Juntos, têm 189 casos, que representam 23% do total. O Parque da Mooca, na zona leste, foi a única delegacia a não registrar nenhum homicídio. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.