Usuário de crack é levado: o número de internações involuntárias (quando há solicitação da família) chegou a 189 e não houve internações compulsórias. (Marcelo Camargo/ABr)
Da Redação
Publicado em 13 de fevereiro de 2013 às 14h35.
São Paulo – Levantamento divulgado hoje (13) pelo Centro de Referência de Álcool, Tabaco e Outras Drogas (Cratod) aponta que 84% dos pacientes atendidos no centro são homens e jovens – cerca de 20% do total tinham menos de 30 anos de idade. O balanço foi feito entre os dependentes internados desde o início da parceria entre governo estadual, o Poder Judiciário e a Ordem dos Advogados do Brasil em São Paulo, em janeiro deste ano, para agilizar internações involuntárias ou compulsórias.
Segundo o Cratod, foram cerca de 6 mil contatos telefônicos de famílias interessadas nas internações e 1,2 mil dependentes foram acolhidos voluntariamente. O número de internações involuntárias (quando há solicitação da família) chegou a 189 e não houve internações compulsórias.
De acordo com o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, a procura pela internação imediata superou as expectativas. “A demanda foi muito maior do que o esperado, o que mostra que o problema é muito maior do que parece. Então, nós estamos ampliando vagas, leitos, reestruturando a parte social e ampliando a parte médica”, disse. Segundo ele, apenas no carnaval foram atendidos 47 dependentes químicos. Hoje, o governador inaugurou uma unidade social de combate ao crack, dentro do prédio do Cratod. No espaço, os dependentes terão o primeiro contato com o centro e passarão por uma triagem.
Rosângela Elias, coordenadora de Saúde Mental, Álcool e Drogas, explica que no anexo serão feitas avaliações clínicas e o atendimento na área de assistência social também será agilizado. “Nos primeiros dias dos acolhimentos, nós observamos que tinha uma demanda social muito grande, que vinha na busca de orientação da equipe do Cratod”, disse ela.
Segundo Gleuda Simone Apolinário, coordenadora de desenvolvimento social, estão sendo destinadas 300 vagas para moradias sociais assistidas, divididas em 16 organizações no estado de São Paulo. Esse tipo de acolhimento, explica ela, é voltado para dependentes que não precisam passar pela internação em leito hospitalar, mas que não têm condição de permanecer com as famílias. O objetivo é promover a reinserção, “resgata-se a relação de vínculo com a família”, informou.
Alckmin disse também que serão criados em todo o estado mais 185 leitos para a saúde mental. Atualmente, São Paulo tem 800 leitos em hospitais e a duração média desse tipo de internação varia de 30 a 45 dias.