BOLSONARO: apoiadores do candidato do PSL que afirmam que sua escolha é "definitiva e não mudará de jeito nenhum" deu salto de 13 pontos porcentuais (Paulo Whitaker/Reuters)
Estadão Conteúdo
Publicado em 13 de setembro de 2018 às 07h49.
Última atualização em 13 de setembro de 2018 às 08h48.
São Paulo - Após o atentado contra o candidato do PSL à Presidência da República, Jair Bolsonaro, seu eleitorado se tornou mais convicto - o que reduz as chances de o deputado ficar de fora do segundo turno - e se concentrou ainda mais no segmento masculino. Os dados são de pesquisa de intenção de voto do Ibope divulgada na terça-feira, 11.
A parcela de apoiadores de Bolsonaro que afirmam que sua escolha é "definitiva e não mudará de jeito nenhum" deu um salto de 13 pontos porcentuais entre a pesquisa Ibope divulgada em 5 de setembro e a de terça. Na semana anterior, a ala convicta era 41% do eleitorado do candidato. Agora, essa taxa subiu para 54%.
Como observou a diretora executiva do Ibope Inteligência, Marcia Cavallari, o presidenciável do PSL "é o único dos candidatos que tem a maioria absoluta dos seus eleitores afirmando que esta é uma decisão definitiva". Além dos 54%, outros 19% dos bolsonaristas afirmam que a decisão de voto é "firme, mas poderá mudar no decorrer da campanha". O restante diz que "é uma escolha do atual momento, que, durante a campanha, poderá mudar" (13%) ou que "é apenas uma preferência inicial" (14%).
Outro sinal da cristalização do voto no candidato do PSL foi seu avanço na pesquisa espontânea, na qual os eleitores manifestam sua preferência antes de ler a lista com os nomes dos candidatos, Nessa modalidade, ele subiu seis pontos porcentuais, de 17% para 23%.
Na pesquisa estimulada, o crescimento foi de quatro pontos porcentuais, de 22% para 26% das intenções de voto. Disputam o segundo lugar, embolados, Ciro Gomes (PDT, 11%), Marina Silva (Rede, 9%), Geraldo Alckmin (PSDB, 9%) e Fernando Haddad (PT, 8%).
Bolsonaro foi ferido com uma facada na quinta-feira passada, enquanto participava de uma caminhada de campanha em Juiz de Fora (MG). Os entrevistadores do Ibope foram a campo entre o sábado e a segunda-feira, período que coincidiu com um aumento expressivo da exposição do candidato do PSL ao Planalto nos meios de comunicação.
Se o que impulsionou Bolsonaro foi a comoção provocada pelo atentado, ela parece ter afetado mais os homens que as mulheres. No segmento masculino do eleitorado, o candidato subiu sete pontos porcentuais, de 28% para 35%. Entre as mulheres, houve apenas uma oscilação de 16% para 18%. Ou seja, de cada dez novos eleitores do candidato, oito são homens e dois são mulheres. Há uma semana, 61% dos dispostos a votar no candidato eram homens. Agora, essa taxa subiu para 64%.
O Ibope ouviu 2.002 eleitores em 145 municípios de todo o País. A margem de erro do levantamento é de dois pontos porcentuais para mais ou para menos. O nível de confiança é de 95%. Isso quer dizer que há uma probabilidade de 95% de os resultados retratarem o atual momento eleitoral, considerando a margem de erro. O registro no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) foi feito sob o protocolo BR-05221/2018. A pesquisa foi custeada pelo próprio Ibope.