Suspeitos: os dois foram presos na madrugada desta terça-feira (12), no Rio de Janeiro (//Divulgação)
Clara Cerioni
Publicado em 12 de março de 2019 às 11h48.
Última atualização em 14 de março de 2019 às 00h04.
São Paulo — Na madrugada desta terça-feira (12), foram presos dois suspeitos de terem participado da morte da vereadora Marielle Franco e de seu motorista Anderson Gomes, em 14 de março do ano passado.
O policial militar reformado Ronnie Lessa, apontado pela denúncia do Ministério Público como a pessoa que disparou os tiros, já foi homenageado na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) há mais de 20 anos e foi vítima de um atentado com bomba.
Em 1998, então terceiro-sargento da PM, Lessa recebeu moção de congratulações e aplausos de louvor. Segundo registros, ele seria homenageado "pela maneira profissional como vem pautando sua vida profissional como policial militar".
O autor do pedido foi o ex-deputado Pedro Fernandes, já falecido. Ele era avô de Pedro Fernandes Neto (PDT), outro ex-parlamentar estadual que atualmente é secretário de Educação do governador Wilson Witzel (PSC).
Lessa foi aposentado após um atentado a bomba que sofreu no Rio de Janeiro, há 10 anos. A motivação para o ataque teria sido uma briga entre facções criminosas.
Segundo a polícia afirmou na época, a explosão ocorreu quando o policial passava com o seu carro blindado, uma picape Hilux prata, pela rua Mirinduba, a poucos metros do 9ª BPM, que fica em Rocha Miranda, zona norte carioca. Após a explosão, o PM teria tentado saltar da picape, mas ficou preso ao cinto de segurança.
Lessa foi preso em sua casa, no condomínio Vivendas da Barra, na Barra da Tijuca. O condomínio é o mesmo em que o presidente Jair Bolsonaro tem casa. As investigações não apontaram nenhuma relação entre eles.
Com poucos registros sobre sua atuação, Elcio Vieira de Queiroz, apontado como o motorista do Cobalt prata de onde saíram os tiros, já foi expulso da Polícia Militar, em 2016, por fazer segurança ilegal em uma casa de jogos de azar no Rio de Janeiro.
Ele chegou a ser preso em 2011 na Operação Guilhotina, da Polícia Federal, que apurou o envolvimento de policiais militares com traficantes de drogas e com grupos milicianos. Na época, Queiroz era lotado no Batalhão de Olaria (16º BPM).
Em 2016, a Corregedoria Geral Unificada da Secretaria da Segurança Pública decidiu expulsar Élcio e pelo menos outros sete PMs da corporação.