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Da Redação
Publicado em 2 de fevereiro de 2014 às 16h56.
Em grande festa em homenagem à Yemanjá, cerca de mil devotos do candomblé se reuniram domingo (2) entre a Cinelândia e a Praça XV, no centro do Rio de Janeiro, segundo estimativa da Polícia Militar. Com cânticos, danças, capoeira e muitas flores de oferenda, eles reverenciaram a “rainha do mar”, uma tradição oriunda da Bahia e já tem mais de 40 anos no Rio de Janeiro.
De acordo com o interlocutor da Comissão de Combate à Intolerância Religiosa (CCIR), Ivanir dos Santos, que também é sacerdote do candomblé (babalawo), a tradição conquista mais cariocas a cada ano e tende a ser tonar tão importante quanto a festa de homenagem ao orixá na Bahia, em Salvador, onde milhares de pessoas se reúnem para bençãos e oferendas no bairro Rio Vermelho.
Para Ivanir, há uma troca muito grande entre a cidade do Rio e as religiões de matriz africana. Ele lembra que a festa de réveillon, na Praia da Copacabana, tem origem na umbanda.“ A festa de ano novo nas praias do Rio foi feita a partir da manifestação dos umbandistas para a Yemanjá [quando é feito ritual na passagem do ano], de madrugada, vestidos de branco”, explicou.
Da Cinelândia, o cortejo de fiéis do Afoxé Filhos de Gandhi seguiu para a Praça XV, nas barcas, onde dezenas de pessoas aguardavam para as oferendas. Entre os devotos, estava Joana Matilde Ribeiro, de São Gonçalo, para quem Yemanjá é uma das mais importante orixás. “É o orixá da beleza, da saúde, da fartura. Tudo de bom e de ruim, e tudo ela leva e trás”, declarou.
Na Praça XV, o Afoxé Estrela de Oyá se antecipou e fez as oferendas logo no fim da manhã. A responsável pelo terreiro, Atanízia Cardoso, disse que a cerimônia faz parte de um promessa que se estenderá por toda a vida da religiosa. No local, sob seu comando, os fieis fizerem uma saudação chamada de Xirê, que envolve cantos e danças. “Viemos reforçar nossa fé e cultura”, disse.
A celebração para Yemanjá se estendeu por toda a manhã e seguiu pela tarde com os fieis se reunindo para um almoço na sede da Federação dos Blocos Afros e Afoxés do Rio de Janeiro (Febarj), na Lapa. Foram servidos peixe, pirão e arroz, em referência aos elementos do mar.