O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL): no comando do país pela segunda vez. Mas na ocasião anterior, há sete anos, ele não respondia a um inquérito no STF (Fabio Rodrigues Pozzebom/ABr)
Da Redação
Publicado em 24 de maio de 2013 às 17h57.
São Paulo – O presidente do Senado, Renan Calheiros, já ocupa um dos mais altos cargos públicos do Brasil. Mas o peso do parlamentar alagoano se torna maior nesta sexta-feira, 24 de maio: até amanhã, para todos os fins, ele é o presidente da República brasileira.
Como manda a Constituição, Renan ocupa o cargo interinamente porque todo mundo acima dele na linha sucessória está fora do país.
Dilma Rousseff deixou o Brasil ontem à noite e volta somente no domingo de uma visita à Etiópia. O vice-presidente, Michel Temer, também viajou nesta quinta para a posse do presidente do Equador, Rafael Correa, que foi reeleito.
Na ausência de Dilma e Temer, o cargo mais poderoso da República caberia ao presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves. Ele, no entanto, cumpre agenda oficial nos Estados Unidos desde o começo da semana.
Com a volta de Temer neste sábado, Renan deixa de se responsável pelo país. Sua assessoria avisou que hoje ele despachará no Palácio do Planalto.
No fim do ano passado, o senador José Sarney, ainda chefiando o Senado, também sentiu o gostinho de ser presidente da República novamente. Mas seu curto “mandato” foi maior que o de Renan: durou quatro dias.
Segunda vez
Renan, é verdade, já ocupou a presidência da República antes. Era 2006, no governo Lula. Porém, o contexto na época para o político - e o país - era bem diferente.
Há sete anos, Renan não respondia a um inquérito no Supremo Tribunal Federal (STF) por três crimes, resultados da apresentação de notas frias, segundo o Ministério Público, para justificar os pagamentos que um lobista fazia a jornalista Mônica Veloso, mãe de sua filha.
Quando o caso veio à tona, em 2007, Renan teve de renunciar ao cargo, mas foi absolvido da cassação em plenário.
Depois de eleito mais uma vez para comandar o Senado sob fortes protestos este ano – principalmente virtuais, com a coleta de 1,6 milhão de assinaturas contra ele – o parlamentar retoma a cada dia o prestígio político.
As medidas de austeridade anunciadas para aumentar a eficiência da administração da Casa vem rendendo elogios até de senadores críticos à sua nova eleição.