Brasil

Hilton troca o PRB pelo PROS para não perder ministério

O ministro filiou-se ao PROS no último dia da janela para que políticos com mandato legislativo troquem de partido sem perder o mandato


	George Hilton: mais cedo, o PRB anunciou que Hilton se reuniu com Dilma na quinta-feira à noite para entregar sua carta de demissão
 (Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados)

George Hilton: mais cedo, o PRB anunciou que Hilton se reuniu com Dilma na quinta-feira à noite para entregar sua carta de demissão (Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados)

DR

Da Redação

Publicado em 18 de março de 2016 às 20h28.

Brasília - O ministro do Esporte, George Hilton, informou na noite desta sexta-feira que deixou o PRB, partido que o indicou ao cargo, para tentar permanecer à frente do ministério.

Hilton, que está licenciado como deputado federal por Minas Gerais, filiou-se ao PROS no último dia da janela para que políticos com mandato legislativo troquem de partido sem perder o mandato.

Mais cedo, o PRB anunciou que Hilton se reuniu com Dilma na quinta-feira à noite para entregar sua carta de demissão.

Hilton, entretanto, parece disposto a continuar no ministério apesar da decisão do PRB, anunciada na quarta-feira, de deixar a base aliada do governo.

"Me desfilio por entender que, neste momento, nós, homens e mulheres que atuam na vida pública, devemos nos empenhar no sentido de desfazer conflitos, evitar injustiças e trabalhar com afinco pela normalidade democrática e pela solidez das instituições nacionais", afirmou ele em nota oficial publicada na noite desta sexta-feira.

Hilton afirma que é uma "missão" que "nesses dias sombrios, implica em apoiar o governo da presidente Dilma Rousseff, eleito pela maioria do povo brasileiro numa disputa limpa e regular".

O ministro diz, ainda, que teve um "diálogo franco" para entrar no PROS. "Atuarei com toda a minha capacidade e com todas as minhas forças para que o Brasil retome o caminho da serenidade, da paz e do desenvolvimento".

Em nota enviada mais cedo, o PRB informou que Hilton teria recebido apelos para permanecer na pasta e continuar à frente dos preparativos para realização dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, mas não cedeu aos pedidos.

"(Hilton) aguarda apenas a confirmação do novo ministro para efetivar a transmissão do cargo, que é um ato protocolar de Estado", explicou o PRB.

Ao Broadcast Político, o presidente da sigla, Marcos Pereira, contou que Dilma pediu um prazo até a próxima segunda-feira para anunciar quem iria substituí-lo. Ainda não há confirmação, pelo Palácio do Planalto, se Hilton manterá o ministério agora que está no PROS.

O PRB foi o primeiro partido a deixar a base governista após as manifestações pró-impeachment do último domingo.

Antes, na sexta-feira passada, Pereira publicou artigo bastante crítico ao governo.

No mesmo dia, o ministro soltou comunicado para "informar à opinião pública sua discordância ao conteúdo do artigo". Na nota, Hilton tratou o texto do presidente do PRB como uma "opinião pessoal" de Pereira.

Atualmente, o PRB controla quase todo o Ministério do Esporte, tendo indicado os integrantes de quatro das cinco principais cadeiras: o ministro Hilton, o secretário-executivo (Marcos Jorge de Lima), o secretário de Esporte, Educação, Lazer e Inclusão Social (Carlos Geraldo) e o secretário de Futebol e Defesa dos Direitos do Torcedor (Rogério Hamam).

O único remanescente da gestão do PCdoB à frente do Ministério do Esporte é Ricardo Leyser, que foi promovido a secretário-executivo no início do ano passado, quando o PRB chegou à pasta, mas voltou a ser secretário de alto rendimento depois de uma exoneração até hoje mal explicada.

Acompanhe tudo sobre:Governo DilmaMinistério do EsporteOlimpíada 2016OlimpíadasPartidos políticosPolítica no BrasilPRB – Partido Republicano Brasileiro

Mais de Brasil

PF convoca Mauro Cid a prestar novo depoimento na terça-feira

Justiça argentina ordena prisão de 61 brasileiros investigados por atos de 8 de janeiro

Ajuste fiscal não será 'serra elétrica' em gastos, diz Padilha

G20: Argentina quer impedir menção à proposta de taxação aos super-ricos em declaração final