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Da Redação
Publicado em 4 de fevereiro de 2013 às 15h27.
Brasília - Eleito presidente da Câmara dos Deputados com 271 votos, Henrique Eduardo Alves (PMDB) afirmou em seu discurso de vitória que o Parlamento "não foi feito para empurrar com a barriga, enrolar", mas para abarcar a controvérsia e o debate.
Deputado há 42 anos, Alves chegou a se emocionar durante a fala, na qual lembrou a trajetória desde que chegou ao Congresso, com 22 anos. Na eleição desta segunda-feira, vencida no primeiro turno, ele derrotou Júlio Delgado (PSB-MG), com 165 votos; Rose de Freitas (PMDB-ES), com 47 votos; e Chico Alencar (PSOL-RJ), que teve 11 votos.
"Nosso instrumento aqui é só um, a palavra. Do político, é ela que tem que ser empenhada", disse ele, garantindo lealdade ao partido, à democracia e à coerência.
Alves citou o ex-deputado Ulysses Guimarães, a quem chamou de "grande mestre", que o teria ensinado que a coragem é a principal qualidade de um político.
"(O Brasil) quer uma Casa palpitante, que os temas cheguem até aqui...a controvérsia, o debate, o Brasil real", disse, citando a votação do Código Florestal, no ano passado, como exemplo de tema que trouxe muito debate à Câmara e mobilizou a população.
Ele disse ainda que a Câmara espera discutir e votar o tema dos royalties do petróleo em breve.
Alves fez um aceno aos candidatos derrotados à presidência, afirmando que todos estão, a partir de agora, unidos para fortalecer a Câmara.
"Eu farei desta Casa um fórum... para que este emblema que os senhores usam de parlamentar, possam usar de cabeça erguida, com orgulho", afirmou.
Depois dos últimos atritos do Congresso com o Executivo e, especialmente, com o Judiciário, Alves fez questão de reforçar a importância do Legislativo.
"Os outros Poderes, com todo o respeito... mas o Poder que representa o povo brasileiro, na sua mais sincera legitimidade, queiram ou não queiram, é esta Casa aqui, é o Legislativo, é Parlamento brasileiro", disse Alves.