Brasil

Helicóptero de Ilhabela: piloto relatou dificuldades com clima a dono de heliponto antes de sumiço

Aeronave seguia para Ilhabela, em São Paulo, com três passageiros

Cassiano Tete Teodoro explicou ao dono do heliponto, Jorge Maroum, que não tinha a visibilidade adequada durante o voo (Internet)

Cassiano Tete Teodoro explicou ao dono do heliponto, Jorge Maroum, que não tinha a visibilidade adequada durante o voo (Internet)

Agência o Globo
Agência o Globo

Agência de notícias

Publicado em 12 de janeiro de 2024 às 11h13.

Última atualização em 12 de janeiro de 2024 às 11h14.

O piloto do helicóptero que desapareceu enquanto seguia para Ilhabela, no litoral de São Paulo, relatou ao dono de um heliponto dificuldades durante o voo devidas às condições climáticas do local.

A aeronave foi encontrada nesta sexta-feira, após 12 dias de buscas. Luciana Marley Rodzewics Santos, de 46 anos, sua filha, Letícia Ayumi Rodzewics Sawunoto, de 20, e um amigo chamado Raphael Torres estavam a bordo do helicóptero, juntamente com o piloto, Cassiano Tete Teodoro.

O aúdio foi obtido pelo portal Uol. Cassiano Tete Teodoro explicou ao dono do heliponto, Jorge Maroum, que não tinha a visibilidade adequada durante o voo.

— Tá tudo colado aqui. Não vai dar certo não, Jorge — disse Cassiano, em referência à visibilidade ruim no céu.

Em nota, a Força Aérea Brasileira afirmou que Jorge Maroum não é controlador de tráfego aéreo e que o tom informal e as informações repassadas não condizem com a prática diária dos profissionais habilitados para tal função. Na conversa descrita pelo Uol, Jorge pede que o piloto "venha por cima" porque haveria "um buraco" em que a visibilidade estaria melhor. Ainda de acordo com o Uol, Cassiano relatou que não tinha "condição de subir".

— Porque não dá para subir. Está tudo colado. Estou com o 44 — explicou Cassiano, que cita o modelo do helicóptero Robinson R44.

— Mas não dá para ir por cima da camada?

— Se tivesse. Está tudo colado, não consigo ir para cima da camada.

Jorge orienta que o piloto "ache um buraco" e Cassiano responde: "Se achar, eu vou".

Em outro áudio obtido pelo Uol, o heliponto faz contato com o piloto, que diz "tentar ir por cima". Jorge Maroum afirma ter enviado uma foto da condição climática do local do pouso às 14h42. Às 15h13, ele tentou falar novamente com Cassiano, mas não obteve retorno.

— Fiquei chamando no VHF na frequência do corredor litoral 122.925 por aproximadamente uma hora e sem resposta — disse o dono do heliponto, segundo o Uol.

Segundo a PM, a aeronave decolou do Aeroporto Campo de Marte, na região norte da capital paulista às 13h15. O grupo ia passar a virada do ano em Ilhabela. Às 22h30, a Força Aérea Brasileira (FAB) foi notificada do desaparecimento. A operação de buscas teve início na madrugada de segunda-feira e se concentrou na região de serra do Litoral Norte de São Paulo, entre Caraguatatuba e Paraíbuna.

Segundo a CNN, de acordo com Silvia Santos, irmã de Luciana e tia de Letícia, a jovem enviou uma mensagem à família antes do desaparecimento, alertando sobre as condições perigosas de voo devido à intensa neblina. Em uma mensagem, Letícia mencionou:

"Tá perigoso. Muita neblina, estou voltando." A família também recebeu um vídeo que mostrava a densa neblina no momento do desaparecimento.

A irmã de Luciana explicou que Luciana e Letícia foram convidadas por Rafael para um passeio de helicóptero.

A Polícia Militar (PM) e a Força Área Brasileira (FAB) realizaram buscas pela aeronave na região do Litoral Norte do estado.

Acompanhe tudo sobre:Helicópterossao-paulo

Mais de Brasil

Ponte que liga os estados de Tocantins e Maranhão desaba; veja vídeo

Como chegar em Gramado? Veja rotas alternativas após queda de avião

Vai viajar para São Paulo? Ao menos 18 praias estão impróprias para banho; veja lista

Quem são as vítimas da queda de avião em Gramado?